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RELÂMPAGOS
Piloto da
madrugada
JOÃO GILBERTO NOLL
Manchas comiam feições,
cinturas, pétalas. O amarelado se sobrepunha a tudo como se latejando um chamamento obscuro... Indeciso...
Ali, entre os guardados que
eu herdara sem saber exatamente de que mortos. Insone, resolvi afixar a foto no espelho do banheiro. Então
me barbeei escutando a previsão de chuva. O retrato indecifrável parecia esconder
um conteúdo ancestral perfeito para a minha sequência
biográfica. Quando testei o
quepe de piloto, vi que nas
próximas horas a minha cabeça não se ocuparia de mais
nada além do meu primeiro
vôo.
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