São Paulo, Segunda-feira, 26 de Julho de 1999
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TV
Audiência da rede da Igreja Universal cresceu 200% desde outubro de 96; público do SBT aumentou 80%
Ibope da Record triplica em 32 meses

DANIEL CASTRO
da Reportagem Local

Enquanto a Igreja Universal investe na formação de duas novas redes de TV, a Família e a Mulher, a TV Record (também da igreja) se consolida como a terceira maior rede do país.
Sua audiência na Grande São Paulo no horário nobre cresceu 200% em pouco mais de dois anos e meio, de outubro de 96 a maio de 99, segundo dados do Ibope obtidos com exclusividade pela Folha. Além da Record, somente o SBT aumentou seu público no período, em 80%.
Na medição feita pelo Ibope no horário noturno (das 18h às 23h59), a Record cresceu, na Grande São Paulo, da média de três pontos em outubro de 96 para nove pontos em maio de 99. Cada ponto equivale a cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo.
Nas demais cidades do país em que o Ibope faz medições, o crescimento da Record acompanhou o de São Paulo: de dois pontos em 96 para sete pontos em 99 -cada ponto, nesse caso, equivale a cerca de 450 mil telespectadores.
A audiência média do SBT subiu de dez pontos em 96 para 18 em 99 na Grande São Paulo. A Rede Globo, que tinha 35 pontos em 96, estagnou na média de 32 pontos a partir de outubro de 97, mas ainda detém quase metade da audiência da Grande São Paulo.
Os números do Ibope mostram que o público de TV aumentou 11% desde outubro de 96 e que somente a Record e o SBT abocanharam os novos telespectadores, e ainda tiraram outros da Cultura e da Manchete (veja quadro).
Neste ano, pela primeira vez, a Record emplacou um programa entre os 50 mais vistos pelos brasileiros, o policial "Cidade Alerta", que tem média de 16 pontos na Grande São Paulo (1,3 milhão de telespectadores).
O público da Record, embora menor, é mais qualificado do que o do SBT: 31% são das classes A e B, 44% da C e 25% da D e E. A audiência do SBT é composta por 26% das classes A e B, 41% da C e 33% da D e E.
A análise dos dados do Ibope mostra que a Record só não superou o SBT porque perdeu Carlos Massa, o Ratinho, para a rede rival, em agosto passado. Ratinho dava 15 pontos na Record; hoje emplaca mais de 20 no SBT.
José Paulo Vallone, diretor de programação, diz que a Record quer ser a segunda maior emissora em faturamento no país, ultrapassando o SBT.
Neste ano, a previsão de faturamento é de R$ 250 milhões -ainda insuficientes para superar o SBT, com R$ 400 milhões. Em 98, a Record faturou R$ 130 milhões e em 97, R$ 57 milhões. Mesmo faturando mais, segundo Vallone, a rede ainda depende da verba da Universal, que compra horários.
O diretor de programação estuda dar mais espaço a novelas "bem-comportadas" na Record. "Louca Paixão", no ar às 20h, alcança 12 pontos de média e tem picos de 15 pontos em cima de "Suave Veneno", da Globo, cuja média é de 38 pontos na Grande São Paulo.
Ainda neste ano, a emissora deve estrear um telejornal ao meio-dia e mais um programa humorístico, o "Hotel do Barulho".

Redes
Há dois anos, a Igreja Universal começou a montar a Rede Família, que iria absorver todos os programas religiosos da Record. Hoje, a emissora já está presente em mais de 140 cidades brasileiras.
Atualmente, a Record tenta comprar o canal 16, o CBI, que seria usado pela Rede Família em São Paulo.
Em abril, a igreja também comprou a Rede Mulher, emissora de Araraquara que possui 91 retransmissoras, cobrindo todo o Estado de São Paulo e algumas das principais cidades brasileiras, como Brasília e Curitiba.


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