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TV
Audiência da rede da Igreja Universal cresceu 200% desde outubro de 96; público do SBT aumentou 80%
Ibope da Record triplica em 32 meses
DANIEL CASTRO
da Reportagem Local
Enquanto a Igreja Universal investe na formação de duas novas
redes de TV, a Família e a Mulher,
a TV Record (também da igreja)
se consolida como a terceira
maior rede do país.
Sua audiência na Grande São
Paulo no horário nobre cresceu
200% em pouco mais de dois anos
e meio, de outubro de 96 a maio
de 99, segundo dados do Ibope
obtidos com exclusividade pela
Folha. Além da Record, somente
o SBT aumentou seu público no
período, em 80%.
Na medição feita pelo Ibope no
horário noturno (das 18h às
23h59), a Record cresceu, na
Grande São Paulo, da média de
três pontos em outubro de 96 para nove pontos em maio de 99.
Cada ponto equivale a cerca de 80
mil telespectadores na Grande
São Paulo.
Nas demais cidades do país em
que o Ibope faz medições, o crescimento da Record acompanhou
o de São Paulo: de dois pontos em
96 para sete pontos em 99 -cada
ponto, nesse caso, equivale a cerca de 450 mil telespectadores.
A audiência média do SBT subiu de dez pontos em 96 para 18
em 99 na Grande São Paulo. A Rede Globo, que tinha 35 pontos em
96, estagnou na média de 32 pontos a partir de outubro de 97, mas
ainda detém quase metade da audiência da Grande São Paulo.
Os números do Ibope mostram
que o público de TV aumentou
11% desde outubro de 96 e que somente a Record e o SBT abocanharam os novos telespectadores,
e ainda tiraram outros da Cultura
e da Manchete (veja quadro).
Neste ano, pela primeira vez, a
Record emplacou um programa
entre os 50 mais vistos pelos brasileiros, o policial "Cidade Alerta", que tem média de 16 pontos
na Grande São Paulo (1,3 milhão
de telespectadores).
O público da Record, embora
menor, é mais qualificado do que
o do SBT: 31% são das classes A e
B, 44% da C e 25% da D e E. A audiência do SBT é composta por
26% das classes A e B, 41% da C e
33% da D e E.
A análise dos dados do Ibope
mostra que a Record só não superou o SBT porque perdeu Carlos
Massa, o Ratinho, para a rede rival, em agosto passado. Ratinho
dava 15 pontos na Record; hoje
emplaca mais de 20 no SBT.
José Paulo Vallone, diretor de
programação, diz que a Record
quer ser a segunda maior emissora em faturamento no país, ultrapassando o SBT.
Neste ano, a previsão de faturamento é de R$ 250 milhões -ainda insuficientes para superar o
SBT, com R$ 400 milhões. Em 98,
a Record faturou R$ 130 milhões e
em 97, R$ 57 milhões. Mesmo faturando mais, segundo Vallone, a
rede ainda depende da verba da
Universal, que compra horários.
O diretor de programação estuda dar mais espaço a novelas
"bem-comportadas" na Record.
"Louca Paixão", no ar às 20h, alcança 12 pontos de média e tem
picos de 15 pontos em cima de
"Suave Veneno", da Globo, cuja
média é de 38 pontos na Grande
São Paulo.
Ainda neste ano, a emissora deve estrear um telejornal ao meio-dia e mais um programa humorístico, o "Hotel do Barulho".
Redes
Há dois anos, a Igreja Universal
começou a montar a Rede Família, que iria absorver todos os programas religiosos da Record. Hoje, a emissora já está presente em
mais de 140 cidades brasileiras.
Atualmente, a Record tenta
comprar o canal 16, o CBI, que seria usado pela Rede Família em
São Paulo.
Em abril, a igreja também comprou a Rede Mulher, emissora de
Araraquara que possui 91 retransmissoras, cobrindo todo o Estado
de São Paulo e algumas das principais cidades brasileiras, como
Brasília e Curitiba.
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