SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

"300" chega ao DVD em edição especial com dois discos -um contém o filme, sexto mais visto no Brasil neste ano; outro traz 18 itens de "informações especiais" sobre ele.
Os dois se assemelham: são uma brincadeira bem feita sobre fundo "sério" -a batalha de Termópilas, entre os "invencíveis" 300 soldados de Esparta, comandados pelo rei Leônidas (Gerard Butler) e o exército persa de Xerxes (Rodrigo Santoro), o rei que se julgava Deus.
No filme, há um momento em que, após um extenuante e sangrento combate, Leônidas pára e saboreia uma maçã.
O diretor Zack Snyder diz que, com essa cena, quis dar ao espectador a senha para pensar: "OK, então posso rir. Isso aqui não é tão sério assim".
Nos extras do DVD, Frank Miller, autor da HQ na qual o longa se baseia, também defende as licenças que tomou em relação aos registros históricos. "Nunca fui acusado de realismo e não mereço ser", ironiza.
Em contraponto à liberdade criativa de Miller, uma historiadora repõe a versão dos livros, em longa entrevista. Há diversas referências à intensa preparação física dos "300". Fica-se sabendo que os atores "nunca fizeram o mesmo exercício duas vezes, para que o corpo não se habituasse [a um padrão de treinamento]".
A bela Leana Headey, que vive a rainha Gorgo, dá um divertido depoimento sobre como, "cercada de carne por todos os lados", acabou tendo a visão anestesiada para as impressionantes silhuetas dos rapazes. Snyder comenta uma cena cortada do filme porque resultou "muito exacerbada". Como se ignorasse que "300" é, do início ao fim, puro exagero!
Rodrigo Santoro tem um "websódio" com seu nome, gravado nos estúdios de "300" no Canadá. Careca como seu personagem, mas vestindo sóbrios paletó e camisa negros, diz ter se espantado de início com o visual de Xerxes, cujo corpo é coberto de ouro e piercings. "Agora, sinto falta disso", diz. Como se ignorasse que "quem foi rei nunca perde a majestade"...