São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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TELEVISÃO

Crítica

Tempo ressalta ingenuidade de filme de Curtiz

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em "Anjos de Cara Suja" (TCM, 22h; classificação indicativa não informada) o confronto é menos entre dois personagens do que entre duas idéias. Existe o garoto que se torna James Cagney, ou seja, gângster. E existe o amigo que se torna Pat O'Brien, ou seja, padre. Conseguirá o segundo salvar o primeiro?
O filme de Michael Curtiz já teve grande prestígio. Hoje o que se deixa ver é sua ingenuidade. O tempo é cruel com as ingenuidades cinematográficas. Um padre e um gângster não chegam a ser personagens: são figuras esquemáticas demais para resistirem ao tempo.
É essa ordem de problema que ameaça certos filmes em que questões de atualidade são agitadas do modo capaz de sensibilizar um grande número de espectadores, mas sua importância parece definhar com o tempo. Não é que as questões sejam falsas. É que, como em "Anjos", a concepção cinematográfica é autocomplacente, superficial. Ou, para resumir: não é por falta de evangelização que se criam os gângsters.


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