Repertório traz canções do produtor e vai do jazz a hits pop como "Billie Jean"

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O nome de Quincy Jones voltou a ser muito falado após a morte de Michael Jackson. Afinal, o superprodutor esteve por trás de alguns dos êxitos do cantor, como "Thriller". Mas não é apenas no papel de produtor que Jones deve ser lembrado. O talentoso compositor e arranjador tem participado ativamente em diversas frentes na música desde os anos 50.
O DVD duplo que saiu há pouco oferece uma oportunidade de apreciar parte da múltipla faceta de Jones. Gravado no clássico palco de Montreux, "Quincy Jones: The 75th Birthday Celebration" mostra a apresentação armada em 2008 para homenagear o músico.
Como costuma ocorrer nesse tipo de evento, uma seleção de músicos de diferentes perfis se alterna no palco. E não faltam nomes conhecidos. Passam por lá figuras como Herbie Hancock, Toots Thielemans, Al Jarreau, Chaka Khan e Mick Hucknall -acompanhados pela "The Swiss Army Big Band", que busca dar unidade ao show.
A escolha do repertório demonstra a preocupação em traçar um painel da camaleônica carreira de Jones. E, entre antigos arranjos jazzísticos e hits pop como "Billie Jean", o que se vê é um resultado desigual.
A entrada em cena de Herbie Hancock, logo na primeira música, cria a expectativa de que a vertente instrumental, de pegada mais jazzística da obra de Jones, receberá destaque na celebração. Mas infelizmente isso não ocorre, salvo em alguns momentos, como na versão de "Eyes of Love" pela gaita de Thielemans.
Quem acaba por roubar as atenções é o grupo Naturally 7, com uma inusual "Billie Jean".
O Naturally 7 é um grupo em que os integrantes trabalham apenas com a voz, recriando sons de instrumentos e montando criativas ambientações. Essa particularidade parece ter agradado a Jones, que aplaudiu euforicamente os rapazes.