Documentário "proibido" realizado sobre a banda em uma turnê americana de 1972 caiu na internet

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

MICK JAGGER cheirando cocaína, sexo grupal com roadies e músicos, Keith Richards atirando uma televisão pela janela; Andy Warhol; drogas rolando sem nenhuma parcimônia. São apenas alguns dos momentos de "Cocksucker Blues", mítico documentário sobre os Rolling Stones filmado em 1972 e até hoje censurado. Mas o filme caiu na rede na semana passada e chegou a ser exibido por alguns dias por um site francês.
Documentários sobre músicos são, normalmente, como biografias autorizadas: investigam apenas até um certo ponto; tangenciam as cicatrizes; ignoram falhas e medos; "o que é bom a gente fatura; o que é ruim, esconde", como já disse um ex-ministro da Fazenda.
Poucos são os artistas e bandas que fornecem acesso irrestrito às câmeras -e depois não se arrependem. "Some Kind of Monster" é um desses filmes: registra o Metallica se dilacerando, ferido por brigas entre os integrantes, abuso de álcool e falta de criatividade.
Para realizar "Cocksucker Blues", o diretor Robert Frank ganhou liberdade total dos Stones. A banda saía em turnê pelos EUA para promover o álbum "Exile on Main Street". Frank distribuiu várias câmeras por lugares como ônibus e backstage para que qualquer integrante da tour pudesse filmar o que quisesse. E aí foi uma festa.
Os Stones não gostaram do resultado -"Cocksucker Blues" desnudava (literalmente) a banda e os músicos proibiram que o filme fosse exibido (a única exceção foram sessões em que estivesse presente o próprio diretor, Robert Frank).
"Cocksucker Blues" ainda não chegou aos cinemas ou ao DVD, mas, na internet, continua a perseguição do filme. Até ontem, ainda havia alguns sites de torrent em que era possível baixar o documentário.