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MIDEM
Começou anteontem, na Florida, EUA, a segunda edição do evento latino-americano de mercado fonográfico
Pirataria é tema de discussão em Miami
LEANDRO FORTINO
enviado especial a Miami (EUA)
A pirataria promete ser a principal discussão das conferências da
segunda edição do Midem Latin
America & Caribbean Music Market, feira de mercado fonográfico
aberta anteontem em Miami
Beach, na Flórida (EUA).
A grande preocupação do evento, que segue até sexta-feira, será
brecar os números da reprodução
desenfreada de discos feitos ilegalmente nos países latinos.
O mercado brasileiro, segundo
números apresentados no simpósio de abertura -cujo tema foi
"A Propriedade Intelectual Internacional no Novo Milênio"-,
ocupa o segundo lugar em porcentagem dos discos piratas produzidos (45%), perdendo apenas para
o México, que tem 54% de seus álbuns reproduzidos e fabricados
sem autorização. Mas, em números, o Brasil é campeão já que produz mais discos do que o México.
O simpósio contou com representantes do mercado de música
europeu e do continente americano, como Hillary Rosen, presidente da RIAA (Associação da Indústria de Gravação da América), que
controla 90% dos discos vendidos
nos EUA e certifica com discos de
ouro e platina os grandes artistas.
Liquid Audio
A conferência também trouxe a
apresentação da empresa californiana Liquid Audio (www.liquidaudio.com), que cria programas
para a distribuição de música pela
Internet com qualidade sonora
compatível a do CD.
A empresa foi criticada por Rosen. "Gente como a Liquid Audio
são o terror do mercado. Fãs de
música e de Internet não se importam com a pirataria, não se preocupam se copiar uma música sem
autorização fere a gravadora."
Ela afirmou que o centro do problema nos EUA está no meio universitário, que tem acesso a Internet com maior facilidade. "Fizemos uma campanha de educação
em dez universidades americanas
e foi um sucesso. Temos advogados 24 horas por dia correndo
atrás de piratas e fechando sites."
Participação do Brasil
Este ano o Midem traz quatro
apresentações de artistas representando o Brasil. O grupo de
samba mineiro Só pra Contrariar,
os rappers do Doctors MC's e dois
desconhecidos do grande público.
Um deles é o DJ Soul Slinger, dono da gravadora nova-iorquina
Liquid Sky, e o outro é o produtor
Amon Tobin, que lançou recentemente, pelo selo britânico Ninja
Tune, o álbum "Permutation".
O jornalista
Leandro Fortino viaja a convite
da organização do evento
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