São Paulo, quarta, 26 de agosto de 1998

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MIDEM
Começou anteontem, na Florida, EUA, a segunda edição do evento latino-americano de mercado fonográfico
Pirataria é tema de discussão em Miami

LEANDRO FORTINO
enviado especial a Miami (EUA)

A pirataria promete ser a principal discussão das conferências da segunda edição do Midem Latin America & Caribbean Music Market, feira de mercado fonográfico aberta anteontem em Miami Beach, na Flórida (EUA).
A grande preocupação do evento, que segue até sexta-feira, será brecar os números da reprodução desenfreada de discos feitos ilegalmente nos países latinos.
O mercado brasileiro, segundo números apresentados no simpósio de abertura -cujo tema foi "A Propriedade Intelectual Internacional no Novo Milênio"-, ocupa o segundo lugar em porcentagem dos discos piratas produzidos (45%), perdendo apenas para o México, que tem 54% de seus álbuns reproduzidos e fabricados sem autorização. Mas, em números, o Brasil é campeão já que produz mais discos do que o México.
O simpósio contou com representantes do mercado de música europeu e do continente americano, como Hillary Rosen, presidente da RIAA (Associação da Indústria de Gravação da América), que controla 90% dos discos vendidos nos EUA e certifica com discos de ouro e platina os grandes artistas.

Liquid Audio
A conferência também trouxe a apresentação da empresa californiana Liquid Audio (www.liquidaudio.com), que cria programas para a distribuição de música pela Internet com qualidade sonora compatível a do CD.
A empresa foi criticada por Rosen. "Gente como a Liquid Audio são o terror do mercado. Fãs de música e de Internet não se importam com a pirataria, não se preocupam se copiar uma música sem autorização fere a gravadora."
Ela afirmou que o centro do problema nos EUA está no meio universitário, que tem acesso a Internet com maior facilidade. "Fizemos uma campanha de educação em dez universidades americanas e foi um sucesso. Temos advogados 24 horas por dia correndo atrás de piratas e fechando sites."

Participação do Brasil
Este ano o Midem traz quatro apresentações de artistas representando o Brasil. O grupo de samba mineiro Só pra Contrariar, os rappers do Doctors MC's e dois desconhecidos do grande público.
Um deles é o DJ Soul Slinger, dono da gravadora nova-iorquina Liquid Sky, e o outro é o produtor Amon Tobin, que lançou recentemente, pelo selo britânico Ninja Tune, o álbum "Permutation".


O jornalista Leandro Fortino viaja a convite da organização do evento



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