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CURTA-METRAGEM
Seis filmes curtos do diretor de "Cidadão Kane" serão exibidos e debatidos no Espaço Unibanco
Raridades de Welles valorizam festival
IVAN FINOTTI
da Reportagem Local
A Folha e a Associação Cultural Kinoforum promovem hoje o debate
"Os Arquivos de
Orson Welles", que
faz parte do 10º Festival Internacional de Curtas-Metragens de
São Paulo.
O evento conta com a presença
dos norte-americanos Gary Graver e Jillian Kesner, responsáveis
pelo The Orson Welles Archives
(Os Arquivos de Orson Welles).
Graver foi diretor de fotografia
em três filmes de Welles, "Verdades e Mentiras" (1975) entre eles.
O debate será mediado pelo crítico da Folha Amir Labaki e acontece a partir das 21h na sala 4 do
Espaço Unibanco de Cinema, em
São Paulo. Antes, às 19h, serão
exibidos seis curtas-metragens de
Welles.
São eles: "Os Corações da Idade" (1934), primeiro curta do cineasta; "Fonte da Juventude"
(1958), seu primeiro telefilme; "I
Love Lucy Recebe Orson Welles",
episódio da série de Lucille Ball
com participação do diretor; "Comerciais para Uísque Japonês",
publicidade em que Welles atua; a
colagem "Truques Mágicos de
Longas-Metragens"; e, finalmente, "Trailer de Cidadão Kane",
que utiliza cenas não incluídas no
filme de 1941.
A sessão se repete amanhã, às
21h, no Cineclube Vitrine, e sábado, às 20h, no auditório do clube
A Hebraica, sempre com entrada
gratuita. De Los Angeles (EUA),
antes de virem ao Brasil, Gary
Graver e Jillian Kesner deram a
seguinte entrevista.
Folha - O que será falado no
debate desta noite?
Gary Graver - Vamos contar diversas histórias. Uma delas é da
excêntrica obsessão de Welles em
acertar algumas filmagens. Nós tínhamos que estar prontos para
trabalhar 24 horas por dia. Certa
noite, nós jantamos em Paris e ficamos bebendo até as 3h da manhã. Fomos dormir às 4h e, às 5h,
o telefone tocou e era Orson dizendo: "Olhe pela janela. A luz está maravilhosa. Desça imediatamente". E fomos lá filmar.
Folha - Qual era sua relação
com Welles?
Graver - Desenvolvemos uma
relação muito especial nos 15 anos
que trabalhos juntos. Compartilhamos um respeito e uma lealdade que muitos comparam a uma
relação de pai e filho.
Folha - Esses comerciais de
uísque japonês foram os únicos
feitos por Welles?
Graver - Orson fez alguns comerciais, mas apenas quando
precisava de dinheiro para investir em seus projetos. Ele apenas
atuava, não estava interessado em
criar comerciais.
Essa série que vamos exibir hoje
é interessante porque Welles
odiava esse uísque e se recusava a
bebê-lo. Nos comerciais, o que ele
bebe na verdade é chá. Uma vez,
puseram acidentalmente o uísque
no copo e ele cuspiu tudo em cima dos executivos que estavam
no set.
Folha - Qual a importância dos
Arquivos de Orson Welles?
Jillian Kesner - Nossa intenção,
quando criamos os arquivos, em
1990, era disponibilizar filmes no
mundo todo. Muitos dos nossos
títulos nunca foram lançados em
certos países, e esses seis curtas
que estamos trazendo para o Brasil são muito raros. Mesmo conhecedores da obra de Welles não
os conhecem. São preciosidades.
O quê: Os Arquivos de Orson Welles
Quando: hoje, às 21h
Onde: sala 4 do Espaço Unibanco de
Cinema (r. Augusta, 1.470, região
central, tel. 0/xx/11/288-6780)
Quanto: grátis (ingressos disponíveis
uma hora antes; reservas pelo telefone
0/xx/11/224-3473, das 14h às 17h)
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