São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

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FILMES E TV PAGA

TV ABERTA

"Além das Nuvens" marca retorno de Antonioni

007 - Os Diamantes São Eternos
SBT, 12h25.
   
(Diamonds Are Forever). EUA, 1971, 125 min. Direção: Guy Hamilton. Com Sean Connery, Jill St. John, Charles Gray. Connery ensaiou um retorno como agente 007 neste filme em que enfrenta outro milionário disposto a tomar conta do mundo, Blofeld. O consolo, dele e nosso, é Jill St. John.


Cultura, 16h30.
   
Brasil, 1998. Direção: Ricardo Dias. Documentário que busca fornecer uma visão abrangente sobre a fé no Brasil, isto é, não apenas seu aspecto religioso, mas tudo que a cerca, inclusive a política e a economia. O único problema é ter sido feito quase ao mesmo tempo que "Santo Forte", o notável trabalho de Eduardo Coutinho.

O Mundo Perdido - Jurassic Park
Record, 20h15.
  
(The Lost World - Jurassic Park). EUA, 1997, 129 min. Direção: Steven Spielberg. Com Jeff Goldblum, Julianne Moore, Richard Attenborough. Ao saber que o mundo dos dinossauros não se extinguiu com o fim do primeiro Jurassic Park, o dr. Ian Malcolm (Goldblum) fica excitadíssimo para ir ao local. Segundo e mais fraco da série. Não acrescenta grande coisa ao original (de 1993); efeitos garantem o espetáculo.

A Incrível Aventura de Bill & Ted
Bandeirantes, 20h30.
  
(Bill & Ted's Excellent Adventure). EUA, 1988, 86 min. Direção: Stephen Herek. Com Keanu Reeves, Alex Winter. Aqui, os adolescentes Bill e Ted estão na pior, precisando fazer um trabalho de história para não levar bomba. Um alien vem em seu auxílio e os leva a um passeio.

Romeu Tem que Morrer
SBT, 22h30.
  
(Romeo Must Die). EUA, 2000, 115 min. Direção: Andrzej Bartkowiak. Com Jet Li. Tira de Hong Kong investiga a morte do irmão, que era gângster nos EUA. Descobre que ele era rival de uma gangue de negros. Claro! Apaixona-se pela irmã do líder da gangue.

Além das Nuvens
Bandeirantes, 0h30.
    
(Par-delà les Nuages). França, Itália, Alemanha, 1995, 109 mim. Direção: Michelangelo Antonioni e Wim Wenders. Com Marcello Mastroianni, Fanny Ardant, Irène Jacob, John Malkovich, Sophie Marceau, Ines Sastre, Peter Weller, Jeanne Moreau. Três episódios que marcaram o retorno de Antonioni ao cinema após um derrame que o deixou com o corpo semiparalisado. Que dizer? Antonioni meio paralítico é melhor do que 99% dos cineastas em atividade. A primeira história, dos amantes (ou não amantes) de Ferrara, Itália, é memorável.

Poucas e Boas
Globo, 1h25.
   
(Sweet and Lowdown). EUA, 1999, 95 min. Direção: Woody Allen. Com Sean Penn. Aqui, Sean Penn é o músico espalhafatoso dos anos 30, com indecisões amorosas. Inédito.

Um Time Muito Louco Contra-Ataca
SBT, 2h05.
  
(Major League: Back to the Minors). EUA, 1998, 100 min. Direção: John Warren. Com Scott Bakula. Terceira comédia de uma série sobre beisebol. Inédito.

Meu Nome É Coogan
Globo, 3h05.
    
(Coogan's Bluff). EUA, 1968, 100 min. Direção: Don Siegel. Com Clint Eastwood. Primeiro encontro entre o diretor Siegel e o então apenas astro Clint. Ele faz o xerife do Arizona que vai a Nova York para prender suspeito de assassinato. Filme bom, horário ruim.

Rezando na TV
SBT, 4h10.
  
(Pray TV). EUA, 1982, 100 min. Direção: Robert Markowitz. Com John Ritter. Discussão sobre o uso da TV como veículo de pregação religiosa. (IA)

TV PAGA

Maus modos fazem a força de "Amarelo Manga"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O crítico e diretor Eduardo Valente, da revista "Contracampo", chamou a atenção para o problema que vai se constituindo no cinema brasileiro. A diferença entre os filmes -mais pobres ou mais ricos, da Globo ou dos "independentes"- deixou de ser questão de diversidade para se tornar problema de desigualdade.
Somos um país especialista em criar desigualdades. E criamos mais uma, quase inadvertidamente. Hoje há, de um lado, os grandes filmes, o marketing colossal, os anúncios na TV. De outro, os pequenos filmes, que eventualmente ganham um prêmio em festival e chegam a um público razoável.
Foi esse, aliás, o caso de "Amarelo Manga", com suas histórias entrelaçadas do baixo mundo recifense, narradas (e muito bem, diga-se) em um tom crispado, forte como as cores carregadas que passam na tela. Há o homem em seu quarto imundo. A bela mulher do bar com sua vagina descoberta. O hotel, o bar e a casa da moça crente. É aos poucos que se vai montando o painel mais que interessante deste filme. É um filme a ver e ponto final. Quanto antes, melhor.
É um filme de Cláudio Assis, que faz alguns dias se pôs a xingar Hector Babenco durante a distribuição de um prêmio.
Alguns ficaram contra, outros a favor. Eu penso apenas: mas não é a cara do filme? "Amarelo Manga" não é uma espécie de vasto xingamento, um apelo a quebrar as regras da etiqueta e da camaradagem característica, inclusive, de categorias profissionais?
Não é como nos lembrar de que talvez as regras estejam erradas e de que é preciso discuti-las outra vez? Enfim, a atitude mal-educada coincide com este filme áspero. Nem só de bons modos se faz o mundo.


AMARELO MANGA. Quando: amanhã, às 21h, no Canal Brasil.


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