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Filme trash resgata ícones dos 80
Curta "Ópera do Mallandro", que será exibido no Festival do Rio, homenageia Sérgio Mallandro
Michael Jackson, Twisted Sister e Fofão também são lembrados no filme; elenco
traz ainda Lázaro Ramose Lúcio Mauro Filho
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ópera do Mallandro" (assim
mesmo, com dois eles) tem entre suas estrelas o palhaço Bozo, o cantor Michael Jackson e
a banda de heavy metal Twisted Sister. Opa, mas onde foram parar Max Overseas, Teresinha e Geni, personagens do
musical (quase) homônimo de
Chico Buarque?
Esqueça-os. Trata-se aqui de
um curta-metragem que saúda
figuras pop dos anos 80, mas
reverencia uma em especial: o
apresentador Sérgio Mallandro. Por isso, "Pedaço de Mim",
"Folhetim" e "Geni e o Zepelim", clássicos do espetáculo de
1978, dão lugar ao besteirol de
"Vem Fazer Glu-Glu", "Bilu Tetéia" e "Farofa-fa".
No filme, que estréia na
próxima segunda, no Festival
do Rio (14h15 e 21h30, no Cine
Odeon BR), o único aceno à
"Ópera" de Chico é um quarteto de malandros que lança um
desafio a um grupo de dança de
rua. É nesta cena que a imaginação do garoto Chico -que,
com 15 minutos para escrever
uma redação na escola, é o fio
condutor da narrativa- faz a
primeira parada.
Entre referências ao filme
"Flashdance" e às esculturais
modelos que emergiam da água
na antiga abertura do "Fantástico", chama a atenção o elenco:
Lázaro Ramos, Lúcio Mauro
Filho, Tais Araújo e o jovem
Michel Joelsas (que troca o
corte "joãozinho" de "O Ano
em que Meus Pais Saíram de
Férias" por um "mullet" oitentista), entre outros.
Com orçamento de R$ 20
mil, como foi possível reunir
essa turma? "É um filme de
amigos", explica o diretor André Moraes, que conhece Lázaro e Lúcio dos tempos da sitcom "Sexo Frágil" (2003-04).
A idéia inicial era fazer um
disco de regravações de Mallandro (Moraes é produtor
musical experiente), mas uma
conversa com Lázaro mudou a
direção do projeto. "Entramos
numa loucura tão grande que
esquecemos de ligar para o Sérgio. Se não gostasse do roteiro,
estaríamos ferrados", lembra.
O rótulo "trash" que pode
vir a reboque de figurinos extravagantes e atuações histriônicas não preocupa Moraes. "É
trash mesmo, só que muito
bem iluminado e fotografado,
com trilha bem mixada. Não
quero que vejam como uma
grande contribuição [ao cinema]." "Quem sabe a gente não
cria um estilo novo, como fez o
[cineasta] Ivan Cardoso com o
terrir [terror com pinceladas de
humor grotesco]?", completa
Lázaro.
O próximo projeto de Moraes é o longa "E.V.I.L", sobre
um grupo que vai parar numa
casa onde se fazem "snuff movies", em que mortes reais são
mostradas em detalhes.
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