São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2007

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Nat King Cole inaugura série de clássicos do jazz

Segundo volume da Coleção Folha será sobre o norte-americano Herbie Hancock

"Nat King Cole at the Sands", álbum que chega às bancas neste domingo, evidencia a versatilidade do pianista norte-americano

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele abriu caminho para o sucesso de artistas negros, influenciou alguns dos maiores pianistas do jazz e, de quebra, foi um dos mais populares cantores românticos do século 20.
Nat King Cole é o tema do primeiro volume da Coleção Folha Clássicos do Jazz, que chega às bancas neste domingo. Ele será vendido com o segundo volume da coleção, dedicado a Herbie Hancock.
O produtor Quincy Jones, nos 25 anos de morte de Cole, disse que ele, ao lado de Billy Eckstine e Sammy Davis Jr., foi importante para que músicos negros de gerações posteriores, como Johnny Mathis, Michael Jackson e Stevie Wonder, conseguissem chegar ao mais alto grau de sucesso.
"Nos anos 40 e 50, as coisas eram difíceis para os negros, e aqueles pioneiros tiveram de enfrentar muita coisa para chegar ao sucesso", afirmou Jones. "Nat se apresentava em Las Vegas, em tempos que um artista negro fazia o show principal e depois era obrigado a comer na cozinha", conta.

Trajetória
Filho de um ex-açougueiro do Alabama que se mudou para Chicago, onde virou pastor de igreja batista, Nathaniel Adams Coles (1919-1965) começou como um talentoso pianista de jazz, formando, em 1938, em Los Angeles, um grupo que faria história: o King Cole Trio.
Piano, guitarra, contrabaixo: o trio não tinha bateria. E, de quebra, era uma alternativa mais camerística (e econômica) à sonoridade grandiosa das big bands. Foi com essa formação que Cole se tornou o ícone de pianistas de jazz como Art Tatum e Oscar Peterson, influenciados por seu estilo.
"Minha voz não é algo do que eu possa me orgulhar", ele disse, em uma entrevista ao "The Saturday Evening Post", em 1954. "Ela atinge, talvez, duas oitavas de extensão. Acho que é da rouquidão, do ruído da respiração, que alguns gostam."
Ao que parece, foi por repetida insistência de um cliente regular de um night club de Los Angeles, que dava boas gorjetas, que ele começou a gravar. O fraseado especial de Cole, "acariciando" as palavras, agradou. "Nature Boy", "Unforgettable", "Mona Lisa": os sucessos românticos se sucederam. E o trio acabou dissolvido, em 1955.
Até morrer prematuramente, aos 45 anos, de câncer no pulmão (era um fumante compulsivo), a popularidade de Cole só fez crescer. A versatilidade de seu legado artístico está presente no disco que chega às bancas no domingo, "Nat King Cole at the Sands".
Gravado ao vivo, no Sands Hotel, em 1960, o álbum traz o artista à frente de uma big band. Enquanto a inflexão romântica fica clara em "I Wish You Love" e "You Leave Me Breathless", acentos mais jazzísticos se revelam no vocal de "Joe Turner Blues".
A coleção é constituída de 20 livros-CD, abrangendo diversos estilos e períodos do jazz. Nas bancas, cada volume irá custar R$ 11,90 (em SP, RJ, MG e PR) e poderá ser adquirido na compra de um exemplar da Folha. O valor será de R$ 12,90 em SC, DF, ES, MS, GO, BA e MT e de R$ 13,90 nos demais Estados.


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