Músico inglês desdenha do gênero e o compara a carro que bateu no poste

A banda traz pela primeira vez ao Brasil seu pesado e intenso show e mostra faixas novas no Tim Festival em SP e no Rio em outubro

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

O carro bateu num poste. Nenhum ferido, mas perda total.
Com o dinheiro do seguro, compram um novo modelo. A analogia é utilizada por Simon Taylor-Davis tanto para descrever o atual estado do gênero batizado de "new rave" como para ilustrar como será o segundo disco do Klaxons.
"O carro bateu, e agora temos um novo. Mas não sei, não estamos tocando faz um tempo.
Acho que esse gênero ainda é grande na Suíça, Itália, Austrália. Não importa para mim. Não uso roupas coloridas, apenas preto", brinca o guitarrista.
New rave, disco-punk, o que for, o Klaxons traz pela primeira vez ao Brasil seu pesado e intenso show -a banda se apresenta dia 23 de outubro, no parque Ibirapuera, em São Paulo, e dia 25/10, na Marina da Glória, no Rio, dentro do Tim Festival.
No Brasil, Taylor-Davis mais o baixista e vocalista Jamie Reynolds, o tecladista e vocalista James Righton e o baterista Steffan Halperin mostrarão "de três a cinco faixas" novas, que provavelmente estarão no sucessor de "Myths of the Near Future", lançado no início de 2007 -segundo o guitarrista, o segundo disco deve sair em março de 2009.
A base dos shows será mesmo canções como "Atlantis to Interzone", "Magick" e "Gravity's Rainbow", que estão no disco de estréia. Guitarras punks são intercaladas com teclados oitentistas dançantes -com a adição de público com visual colorido e tubinhos fluorescentes nas mãos, estava decretada a new rave.
A banda excursionou até o início de 2008. Desde então, alternam sessões na França e na Itália para gravar o segundo disco, cuja produção está nas mãos de James Ford (da dupla de electro Simian Mobile Disco e que trabalhou também em álbum do Arctic Monkeys).
"Antes do primeiro disco, tocamos aquelas músicas por um ano. Aí entramos em estúdio e gravamos em duas semanas", lembra o guitarrista.
"Quando gravamos o primeiro disco, demos uma lapidada nas músicas. Ao vivo as canções ficaram mais caóticas, agressivas. No segundo disco as canções soam como se estivéssemos no palco", afirma Taylor-Davis. "Mas essa diferença é algo legal. Odeio quando uma banda ao vivo soa exatamente como em disco."
Sobre o segundo álbum, o noivo da Lovefoxxx, a vocalista do Cansei de Ser Sexy, adianta: "Até agora está bastante melódico. Mas ainda é pesado, tem poucos sintetizadores, algum piano. Não há tantos efeitos eletrônicos, está bastante limpo. Queremos que soe orgânico e psicodélico".