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TELEVISÃO
Crítica
"Kansas City", de Altman, lida com música e história
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É tão acentuada a mentalidade conformista hoje na indústria de imagens que, diante de
"Kansas City" (Futura,
22h30, 14 anos), a primeira
reação é a de rejeitar o filme na
categoria dos "fracassados" (ao
menos a minha foi).
Gastamos resmas de papel e
massa cinzenta para engolir
bobagens descartáveis, mas
quase desprezamos um Robert
Altman (fiz o mesmo, aliás,
com o belo "A Última Noite")
em que a liberdade e o prazer
vão de mãos dadas.
É verdade que, nos anos 90,
Altman conseguiu uma espécie
de salvo-conduto que lhe permitia fazer o que desse na telha. No caso de "Kansas City",
ele faz com que nessa cidade o
jazz e seus músicos convivam
com um ambiente de política
baixa e alta criminalidade. O
interessante é como lida com
proporções de música e "história": são particulares, afirmam
escrita própria, uma autoria.
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