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Cantor criou site apenas para vender os próprios discos
DE SÃO PAULO
"Eu faço, literalmente, o
que me dá na cabeça." Com
esta frase, Oswaldo Montenegro explica suas canções,
suas peças, seu filme "Léo e
Bia" -que continua em cartaz- e, agora, até o modo de
lançamento de seu CD.
O slogan de "Canções de
Amor" é o seguinte: "Esse
disco não estará à venda nas
melhores casas do ramo".
Apesar de manter o lançamento do DVD com a Universal, o músico venderá o CD
apenas numa loja virtual
(www.tocadamusica.com)
criada só para isso. "Em dois
meses, já tive mais lucro do
que em um ano com a Universal", diz.
A venda de CDs é, ainda
assim, parte menor da renda
do artista. Sua principal fonte de recursos são os shows.
Mas, para viver exclusivamente de arte, Montenegro
faz também teatro, trilhas sonoras e já dirigiu muitos musicais. Nos anos 80, Cássia
Eller e Zélia Duncan foram dirigidas por ele.
"Dirigi sei lá quantos jovens e aí você vê: os comportadinhos sumiram. Os que faziam alguma coisa que incomodava é que aconteceram",
afirma, referindo-se às duas
cantoras, mas pensando
também em si.
"Quando comecei a gravar
disco, o bom gosto vigente tinha definido que o bacana
era cantar contido", conta o
artista. "Eu entrei gritando.
Odiaram. Com razão. Mas aí
eu gritei ainda mais."
Montenegro diz ter aprendido, logo cedo na carreira,
que sua arte só sobreviveria
se fizesse o que lhe desse na
telha. "Já fui chamado de gênio e de imbecil no mesmo
jornal. A saúde mental está
em saber que você não deve
ser nem tão genial nem tão
imbecil quanto um e outro
acham." (APS)
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