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Ilustrada
Pichador ataca obra com urubus na Bienal
Frase "libertem os urubu" foi pichada em obra do artista Nuno Ramos
Houve pancadaria entre
seguranças e visitantes
que apoiavam o
pichador, que foi detido
e levado a delegacia
Mateus Bagatini/Folhapress
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Instalação de Nuno Ramos após ato de pichador ontem, dia de abertura para o público; obra foi restaurada em seguida
JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Um pichador invadiu o viveiro de urubus montado no
pavilhão da Bienal ontem à
noite e pichou a frase "libertem os urubu" (sic) numa das
estruturas de areia socada
que sustentam as aves.
Aberta ontem para o público, a 29ª Bienal traz a instalação do artista Nuno Ramos,
com três urubus vivos. Os
animais não foram afetados.
O tumulto ontem no pavilhão começou por volta das
18h, quando uma dezena de
ativistas da ONG Animais da
Aldeia começou a circular
pelo prédio gritando palavras como: "Bienal, cadê você? Os urubu vão morrer!".
O autor da ação, Djan Ivson, foi detido e levado à 36ª
DP, na Vila Mariana. Com a
invasão, houve pancadaria
entre seguranças e visitantes
que apoiavam o pichador. A
Polícia Militar entrou no prédio numa ação com dez homens e uma viatura.
Visitantes reclamaram da
truculência dos seguranças.
Uma garota diz ter levado um
tapa no rosto. "Quase me mataram e me enforcaram, e depois me jogaram para fora
[da Bienal]", disse Ivson.
"Não vi nada disso", disse
o produtor executivo da mostra, Emilio Kalil. "Houve um
ato de vandalismo e estamos
tomando as providências."
"Não vou prestar queixa.
Quero esse cara solto", disse
o artista Nuno Ramos após o
incidente. "O mundo da cultura é o do diálogo, não estou
revoltado, estou triste."
A Bienal diz que não fará
mudanças na segurança. Ivson não passou pelo detector
de metais, já que tem crachá
de artista -ele faz parte do
grupo Pixação SP, convidado
pela própria Bienal.
"Não me arrependo de jeito nenhum de ter convidado
eles", disse o curador Agnaldo Farias. Há dois anos, um
grupo pichou as paredes do
andar que havia sido deixado vazio pela curadoria.
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