São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Ilustrada

Pichador ataca obra com urubus na Bienal

Frase "libertem os urubu" foi pichada em obra do artista Nuno Ramos

Houve pancadaria entre seguranças e visitantes que apoiavam o pichador, que foi detido e levado a delegacia

Mateus Bagatini/Folhapress
Instalação de Nuno Ramos após ato de pichador ontem, dia de abertura para o público; obra foi restaurada em seguida

JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Um pichador invadiu o viveiro de urubus montado no pavilhão da Bienal ontem à noite e pichou a frase "libertem os urubu" (sic) numa das estruturas de areia socada que sustentam as aves.
Aberta ontem para o público, a 29ª Bienal traz a instalação do artista Nuno Ramos, com três urubus vivos. Os animais não foram afetados.
O tumulto ontem no pavilhão começou por volta das 18h, quando uma dezena de ativistas da ONG Animais da Aldeia começou a circular pelo prédio gritando palavras como: "Bienal, cadê você? Os urubu vão morrer!".
O autor da ação, Djan Ivson, foi detido e levado à 36ª DP, na Vila Mariana. Com a invasão, houve pancadaria entre seguranças e visitantes que apoiavam o pichador. A Polícia Militar entrou no prédio numa ação com dez homens e uma viatura.
Visitantes reclamaram da truculência dos seguranças. Uma garota diz ter levado um tapa no rosto. "Quase me mataram e me enforcaram, e depois me jogaram para fora [da Bienal]", disse Ivson.
"Não vi nada disso", disse o produtor executivo da mostra, Emilio Kalil. "Houve um ato de vandalismo e estamos tomando as providências."
"Não vou prestar queixa. Quero esse cara solto", disse o artista Nuno Ramos após o incidente. "O mundo da cultura é o do diálogo, não estou revoltado, estou triste."
A Bienal diz que não fará mudanças na segurança. Ivson não passou pelo detector de metais, já que tem crachá de artista -ele faz parte do grupo Pixação SP, convidado pela própria Bienal.
"Não me arrependo de jeito nenhum de ter convidado eles", disse o curador Agnaldo Farias. Há dois anos, um grupo pichou as paredes do andar que havia sido deixado vazio pela curadoria.


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