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Candidatos choram, desmaiam e pedem dinheiro para o ônibus
DO COLUNISTA DA FOLHA
A Folha acompanhou com
exclusividade as gravações
das audições de "Ídolos" em
Campinas, no último dia 16.
As gravações ocorreram no
hotel mais luxuoso da cidade.
Uma das salas de convenções
foi transformada em estúdio.
A ante-sala virou o "Corredor
da Morte", como a produção
do programa chama a fila dos
candidatos que estão prestes
a enfrentar os jurados.
"Está chato hoje", reclama
Arnaldo Saccomani. "Só passamos dois de 20 candidatos", completa. O jornalista e
produtor musical Carlos
Eduardo Miranda mostra para a reportagem o iPod em
que assiste a desenhos para
driblar o tédio.
Entra a candidata Ana Lúcia Borges Ferreira. Ela entoa
"Festa", de Ivete Sangalo,
bem acima do tom. Reprovada logo de cara, conta que
veio de Brasília, que é empregada doméstica desempregada. "Você veio de Brasília pra
fazer isso aí? Só posso te dar
"não'", sentencia Miranda.
Ela implora outras chances,
mas não convence. "Eu posso
melhorar", insiste.
A empregada deixa o estúdio, mas continua no hotel,
sem pressa de ir embora. O
apresentador Beto Marden
descobre que ela não tem dinheiro para voltar a Brasília.
E faz uma "vaquinha" na produção para ajudar a moça.
Graziele Salgado César entra em seguida. "Você tomou
café da manhã?", pergunta
Cyz. "Eu jogo futebol", responde a garota, que engasga
com mais uma de Sangalo,
"Levantou Poeira". "No meu
time você não ficaria nem no
banco", despacha Roth.
A modelo Karen Bejarano
Pinto mal tem tempo de cantar "Tu és divina e graciosa,
estátua majestosa" -de "Rosa", composição de Pixinguinha e Otávio de Sousa- e é
"gongada". "Aí não dá! Uma
gata como você cantando
uma música velha dessas eu
não posso aprovar", reprova o
ranzinza Saccomani.
Ela tenta uma música dos
anos 70. "Essa é nova, de uma
mocinha chamada Rita Lee",
ironiza Miranda. O júri dá
mais uma chance. Ela engata
"Ave Maria", mostrando algum talento para o lírico. Divide os jurados, mas é reprovada, apesar do choro. "Ela
cantou bem "Ave Maria", mas
não é isso o que a gente procura", lembra Cyz.
A tensão entre os jurados é
quebrada por Kelly Silva de
Almeida, que entra no estúdio servindo uvas. "E aí, gente
bonita!", saúda. Canta "Alô,
Alô Marciano" num tom tão
agudo que fica engraçado, caricatural. "Você sabe que não
é cantora", diz Roth. Ela concorda, dizendo que trabalha
na roça. E solta um funk carioca, para diversão geral.
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