São Paulo, sexta-feira, 26 de dezembro de 2003 |
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Air
LÚCIO RIBEIRO COLUNISTA DA FOLHA O adorado duo francês Air volta ao planeta Terra para anunciar o lançamento, no final de janeiro, de "Talkie Walkie", seu aguardado terceiro álbum, não tão aguardado como foi o segundo. Encontro de Serge Gainsbourg com Radiohead, o Air é biscoito fino do pop eletrônico francês desde que apareceu com o CD de estréia, "Moon Safari", em 1998, delicioso álbum retrô sarcástico que ao mesmo tempo fazia uso do som cafona de cabaré francês e dos climas e climas da eletrônica. A megaexposição botou a dupla Nicolas Godin e JB Dunckel fora de órbita e o passo seguinte ("10,000 Hz Legend", 2001) foi o da melancolia. O space pop do primeiro disco deu lugar ao que chegou a ser chamado de "Dark Side of the Moon Safari", mais pelo clima soturno e menos pela referência experimental do famoso disco do Pink Floyd. A fase experimentação extrapolou a música, e o Air levou suas canções para (des)animar o cinema, a literatura e a dança. Fez trilha para o filme de estréia de Sophia Coppola, para uma peça literária do italiano Alessandro Baricco e até para um espetáculo de balé de uma companhia francesa. Com "Talkie Walkie", CD em que pela primeira vez a dupla dispensa os cantores convidados e usa (bem) vocal próprio, o Air volta a encontrar a luz pop. Não tem uma "Sexy Boy", clássico de pistas de "Moon Safari". Mas tem várias como "Surfing on a Rocket", canções pop viajantes de efeito cinematográfico. A banda dá a música. As imagens ficam por nossa conta. Texto Anterior: Programação Próximo Texto: Música: Novo disco é "Air puro", segundo Godin Índice |
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