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Responsável diz não ver nenhum problema ético
DE NOVA YORK
Para o médico responsável pela exibição, Roy Glover, da Universidade de Michigan, a exibição dos cadáveres é digna, respeitosa e
atinge o equilíbrio entre
apreensão, choque e conforto. Ele afasta qualquer
problema ético.
Considera, porém, que
seria ideal mostrar corpos
com consentimento e diz
que essa opção está sendo
incluída nos formulários de
doação de corpos nos Estados Unidos. Para ele, não
há melhor forma de educar
do que usando corpos e órgãos verdadeiros. A seguir,
trechos da entrevista.
(LS)
Folha - Há muitas acusações de falta de ética?
Roy Glover - Algumas pessoas vêm expressando desconforto. É difícil entender
quais são as dificuldades.
Folha - Não será pela falta
de dados sobre os corpos?
Glover - Estamos muito
confortáveis com a forma
com que os obtivemos. As
pessoas têm especulado
muito, presumem que, se
os corpos vieram da China,
foram obtidos ilegalmente.
Folha - E foram?
Glover - Isso obviamente
não é verdade. Trabalhamos com muito cuidado,
seguimos todos os passos
legais. Os corpos vieram, já
preparados, de uma reputada escola de medicina. As
pessoas podem não gostar
do que fizemos, mas não há
ilegalidade.
Folha - Não gostam porque
faltou consentimento de
doação para esse fim?
Glover - Isso é uma das
questões. Estamos trabalhando nisso nos EUA. Os
formulários de doação de
corpo para pesquisa médica agora têm a opção de
doação permanente, para
preservação e exibição.
Folha - Essa forma de mostrar os corpos é digna?
Glover - Montamos um
espaço muito respeitoso e
digno. Não é um porão com
cadáveres sobre mesas.
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