São Paulo, segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

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Responsável diz não ver nenhum problema ético

DE NOVA YORK

Para o médico responsável pela exibição, Roy Glover, da Universidade de Michigan, a exibição dos cadáveres é digna, respeitosa e atinge o equilíbrio entre apreensão, choque e conforto. Ele afasta qualquer problema ético.
Considera, porém, que seria ideal mostrar corpos com consentimento e diz que essa opção está sendo incluída nos formulários de doação de corpos nos Estados Unidos. Para ele, não há melhor forma de educar do que usando corpos e órgãos verdadeiros. A seguir, trechos da entrevista. (LS)

 

Folha - Há muitas acusações de falta de ética?
Roy Glover -
Algumas pessoas vêm expressando desconforto. É difícil entender quais são as dificuldades.

Folha - Não será pela falta de dados sobre os corpos?
Glover -
Estamos muito confortáveis com a forma com que os obtivemos. As pessoas têm especulado muito, presumem que, se os corpos vieram da China, foram obtidos ilegalmente.

Folha - E foram?
Glover -
Isso obviamente não é verdade. Trabalhamos com muito cuidado, seguimos todos os passos legais. Os corpos vieram, já preparados, de uma reputada escola de medicina. As pessoas podem não gostar do que fizemos, mas não há ilegalidade.

Folha - Não gostam porque faltou consentimento de doação para esse fim?
Glover -
Isso é uma das questões. Estamos trabalhando nisso nos EUA. Os formulários de doação de corpo para pesquisa médica agora têm a opção de doação permanente, para preservação e exibição.

Folha - Essa forma de mostrar os corpos é digna?
Glover -
Montamos um espaço muito respeitoso e digno. Não é um porão com cadáveres sobre mesas.


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