São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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Crítica

"Quase Dois Irmãos" merece segunda chance

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Alguém me sopra que "Quase Dois Irmãos" (HBO Plus, 23h12) ganhou segunda vida graças aos traficantes de DVDs piratas, intitulado "Tropa de Elite 3" (ou 4, 5, tanto faz).
Seria interessante isso de fato acontecer, porque o filme de Lúcia Murat foi muito pouco visto e o que relata é, pelo menos, um fenômeno interessantíssimo: o momento em que os presos políticos brasileiros, lá pelos anos 70 do século passado, se encontram no mesmo local que presos comuns. É quando os políticos transmitem noções de organização aos "comuns": e este é o embrião do que seriam, no futuro, Comando Vermelho e outras organizações criminais congêneres.
Há quem critique o filme por forçar a mão e colocar um jovem rico (preso político) e um pobre (preso comum) que poderiam ter sido irmãos, não fossem os abismos de classe do Brasil. Bobagem: Murat tinha algo a dizer, e disse. São poucos os filmes de que se pode dizer algo parecido no Brasil, hoje.

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