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Síndrome da magreza ataca dentro e fora das passarelas
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
EVA JOORY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Regimes, culpa após comer e
insistentes olhadas no espelho.
Esses são os principais sintomas da síndrome da magreza,
que leva a vítima a sonhar com
no mínimo três quilos a menos.
A síndrome afeta modelos e
freqüentadores da SPFW.
Pelos corredores da Bienal,
perambulam fashionistas maníacos pelo manequim 38 -e
sonhando com o 36. "Tenho
obsessão por emagrecer. Vivo
de dieta. Os estereótipos de beleza são todos magros", confessa a empresária Andréa Luz, 38.
A pressão é tão grande que fashionistas que não seguem o padrão magro dizem ser alvo de
discriminação -e nem os homens escapam da síndrome.
"Eu me acho gordinho", confessa o fotógrafo André Schiliró, que mede 1,76 m e pesa 78
quilos. "Deveria estar uns três
quilos mais magro." "Sou discriminado por ser gordo", conta o estilista J. Pig. "As pessoas
preferem os estilistas magros."
A estilista Pitty Taliani, 26,
que pesa 50 quilos e mede 1,72
m, se considera "favorecida pelo biótipo". "Acho que o mundo
da moda se preocupa demais
com coisas que não importam",
diz ela, que, apesar da ressalva,
prefere ser magra a cheinha.
Mais difícil é aprender a gostar de ser gorda. "As minhas
clientes levam livros de dieta de
presente para mim. Todo dia
alguém me fala que preciso
emagrecer", diz a designer de
jóias Vivi Malek, 23, dona de
uma loja na Galeria Ouro Fino.
"Não quero mais viver de dieta", declara o estilista Reinaldo
Lourenço, que também já foi
adepto das fórmulas milagrosas de emagrecimento. Ele mede 1,77 m e pesa 78 kg. Mas desabafa: "Pensando bem, eu poderia perder uns três quilos".
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