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Crítica
Obra-prima mostra Orson Welles maduro
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O Telecine Cult não informa
se hoje vai passar a versão original de "A Marca da Maldade"
(às 19h55; não recomendado
para menores de 12 anos) ou a
versão que obedece à montagem que Orson Welles queria
para o filme.
Não faz tanta diferença assim: de todo modo, trata-se de
um grande filme, possivelmente a obra-prima de Welles, aqui
em plena maturidade, e as invenções que introduzira desde
"Cidadão Kane" já estão consolidadas.
No entanto, lá está a tensão
entre a verdade e a mentira, entre o real e o fictício, entre a
"verdade" que o inspetor Quinlan (Welles) adapta e a que o
diligente Vargas (Charlton
Heston) procura.
Para quem não gosta de Heston por causa de seu engajamento pela posse de armas, a
notícia é que a ele devemos, em
todo caso, o fato de Orson
Welles -um maldito para os
produtores americanos- ter
dirigido este filme, onde, aliás,
Marlene Dietrich comparece
por alguns poucos e deslumbrantes minutos.
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