São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Orishas fazem show em São Paulo com repertório desconhecido

Show terá hits, mas base será o álbum "Cosita Buena", ainda inédito por aqui

SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Roldan Gonzalez, Ruzzo Medina e Yotuel Romero vivem em cidades europeias (Paris, Milão e Madri) e ficaram internacionalmente famosos por mesclar música cubana com "a do inimigo", como dizem, referindo-se ao rap dos EUA.
Essas circunstâncias poderiam fazer-nos acreditar que o Orishas fosse, no mínimo, combativo politicamente e crítico ao regime autoritário que governa Cuba há cinco décadas.
Mas confrontação não é uma palavra que se escuta ao conversar com seus integrantes.
Pelo contrário. Em entrevista por telefone à Folha, Ruzzo disse que o modo como a transição vem sendo feita na ilha é o correto. "O processo de abertura democrática será duro, mas não há outra alternativa senão o que se está fazendo.
Além disso, nos últimos tempos, o Estado voltou a priorizar a cultura, e isso é importante. O grande problema dos cubanos hoje não é ideológico, mas econômico. Salvar nossa economia é o desafio de Raúl Castro."
O trio de rap e hip hop se apresenta hoje em São Paulo com o repertório de seu mais recente trabalho.
"O Brasil é um manancial inesgotável de criatividade.
Adoro ouvir a música da Bahia e perceber a proximidade com a de Cuba. Por isso vai ser bom observar a reação do público brasileiro a nosso novo álbum."
Porém, "Cosita Buena", quarto CD da banda, lançado em junho do ano passado lá fora, ainda é um desconhecido para os brasileiros. A gravadora Universal pretendia lançá-lo aqui antes do show, mas não foi possível. Ou seja, quem for ao concerto desta noite escutará um monte de faixas desconhecidas e apenas um set menor dedicado aos grandes hits.

Vencedores
Ruzzo se diz feliz pelo fato de a banda ter vencido o preconceito que surgiu quando propuseram aproximar o rap ao folclore e aos temas cubanos. "Era considerado por muitos o som "do inimigo". Mas aos poucos mostramos que dava para importá-lo sem trazer sua ideologia junto", diz Ruzzo.
Em Cuba para visitar a família e "recarregar as pilhas", ele conta o que tem ouvido de novo. "A música dos camponeses está chegando a Havana. Há muita vida nesse movimento.
Seria ótimo incorporá-lo a nossos próximos trabalhos. Mas ainda é cedo para falar deles."


ORISHAS
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, SP, tel. 0/xx/11/3188-4148)
Quanto: de R$ 120 a R$ 200
Classificação: livre



Texto Anterior: Cinema: Veneza presta homenagem a Disney e Pixar
Próximo Texto: Crítica: Cubanos se repetem em novo álbum
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.