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Orishas fazem show em São Paulo com repertório desconhecido
Show terá hits, mas base será o álbum "Cosita Buena", ainda inédito por aqui
SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Roldan Gonzalez, Ruzzo Medina e Yotuel Romero vivem
em cidades europeias (Paris,
Milão e Madri) e ficaram internacionalmente famosos por
mesclar música cubana com "a
do inimigo", como dizem, referindo-se ao rap dos EUA.
Essas circunstâncias poderiam fazer-nos acreditar que o
Orishas fosse, no mínimo, combativo politicamente e crítico
ao regime autoritário que governa Cuba há cinco décadas.
Mas confrontação não é uma
palavra que se escuta ao conversar com seus integrantes.
Pelo contrário. Em entrevista
por telefone à Folha, Ruzzo
disse que o modo como a transição vem sendo feita na ilha é
o correto. "O processo de abertura democrática será duro,
mas não há outra alternativa
senão o que se está fazendo.
Além disso, nos últimos tempos, o Estado voltou a priorizar
a cultura, e isso é importante. O
grande problema dos cubanos
hoje não é ideológico, mas econômico. Salvar nossa economia
é o desafio de Raúl Castro."
O trio de rap e hip hop se
apresenta hoje em São Paulo
com o repertório de seu mais
recente trabalho.
"O Brasil é um manancial
inesgotável de criatividade.
Adoro ouvir a música da Bahia
e perceber a proximidade com
a de Cuba. Por isso vai ser bom
observar a reação do público
brasileiro a nosso novo álbum."
Porém, "Cosita Buena",
quarto CD da banda, lançado
em junho do ano passado lá fora, ainda é um desconhecido
para os brasileiros. A gravadora
Universal pretendia lançá-lo
aqui antes do show, mas não foi
possível. Ou seja, quem for ao
concerto desta noite escutará
um monte de faixas desconhecidas e apenas um set menor
dedicado aos grandes hits.
Vencedores
Ruzzo se diz feliz pelo fato de
a banda ter vencido o preconceito que surgiu quando propuseram aproximar o rap ao folclore e aos temas cubanos. "Era
considerado por muitos o som
"do inimigo". Mas aos poucos
mostramos que dava para importá-lo sem trazer sua ideologia junto", diz Ruzzo.
Em Cuba para visitar a família e "recarregar as pilhas", ele
conta o que tem ouvido de novo. "A música dos camponeses
está chegando a Havana. Há
muita vida nesse movimento.
Seria ótimo incorporá-lo a nossos próximos trabalhos. Mas
ainda é cedo para falar deles."
ORISHAS
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, SP,
tel. 0/xx/11/3188-4148)
Quanto: de R$ 120 a R$ 200
Classificação: livre
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