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MÚSICA ERUDITA
Temporada de 1997 terá 11 maestros estrangeiros, solistas consagrados e montagem de seis óperas
Teatro Municipal investe nos regentes
JOÃO BATISTA NATALI
da Reportagem Local
O Teatro Municipal de São Paulo
e sua orquestra programaram, para 1997, 18 concertos desdobrados
em 37 récitas. Mas não é em termos
numéricos que a temporada é excepcionalmente ambiciosa.
Além dos dois maestros da casa,
o titular Isaac Karabtchevsky e seu
assistente, Luiz Fernando Malheiro, a OSM (Orquestra Sinfônica
Municipal) será dirigida por 11
maestros estrangeiros.
Como solistas, fecharam contrato dez pianistas (quatro estrangeiros), dois violinistas, um violoncelista e um trompetista.
A Secretaria Municipal da Cultura informa que, entre solistas e
maestros, serão gastos R$ 2,2 milhões. Com o investimento, a prefeitura chega pela primeira vez
muito perto das melhores séries de
concertos paulistanas financiadas
pela iniciativa privada: Mozarteum Brasileiro, Cultura Artística
e a Hebraica/Banco de Boston.
Dupla vantagem
Para o público, os espetáculos do
Municipal oferecem uma dupla
vantagem: preço de ingresso menos elevado que o das entidades
privadas e a inexistência, por enquanto, de um sistema de assinaturas, o que permite a obtenção de
bons lugares, tão logo os ingressos
sejam colocados à venda.
O maestro Karabtchevsky diz
procurar, com o salto agora consumado, permitir que sua orquestra se veja como um conjunto de
solistas e não como mera acompanhante de espetáculos líricos.
Mesmo que a OSM mantenha essa vocação. Ela participará este
ano da montagem cinco óperas,
com oito récitas cada uma, exceto
``O Barbeiro de Sevilha'', de Rossini, que terá apenas três récitas e será a única montada fora do Teatro
Municipal (será no Paulo Eiró).
A composição dos elencos de
cantores ainda não está fechada.
Um sexto espetáculo lírico,
``Tosca'', de Puccini, será produzido pelos Patronos do Teatro Municipal e, em lugar da OSM, terá a
Orquestra Experimental de Repertório, sob a direção do maestro Jamil Maluf.
Os Patronos também custearão
em abril duas récitas do ``Réquiem'', de Verdi, com quatro solistas vocais estrangeiros.
Regentes
O maior investimento, em termos de artistas estrangeiros, está
nos regentes. Virão a São Paulo o
italiano Aldo Ceccato, os israelenses Moshe Atzmon e Yoel Levi, o
espanhol Enrique Garcia Asencio,
o polonês Jerzy Semkovk ou o
tcheco Martin Turnovski.
Além dos brasileiros Nelson
Freire, Gilberto Tinetti, Arnaldo
Cohen, Marcelo Bratke, Amaral
Vieira, José Feghali e Jean Louis
Steurmann, estarão se apresentando pianistas estrangeiros como
Bella Davidovich, Andrzet Ratusinsky e François-Joël Thiollier.
Entre os compositores programados, seis concertos trarão peças
de Johannes Brahms, cujo centenário de morte é comemorado este
ano. Schubert, de quem se comemora o bicentenário de nascimento, aparece em quatro.
Entre os compositores brasileiros haverá Alberto Nepomuceno,
Camargo Guarnieri, Francisco
Mignone e Villa Lobos.
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