São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2000


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MÚSICA

Vocalista do AC/DC reforça conservadorismo do rock

EDUARDO SCOLESE
da Agência Folha

O primeiro ano da década de 80 começou sombrio para os irmãos Young, após a morte de Bon Scott, vocalista da banda AC/DC.
Um substituto que pudesse corresponder aos interesses do grupo australiano era procurado à exaustão. Na época, cresciam os rumores de que a banda iria desistir definitivamente do rock.
Mas uma carta de um fã norte-americano de 14 anos trouxe a solução para o caso. O tal adolescente de Chicago sugeriu que Malcolm e Angus dessem uma chance ao vocalista Brian Johnson, da banda Geordie.
Aprovado logo no primeiro teste, Johnson entrou nos estúdios para gravar o maior sucesso do AC/DC, "Back in Black" (80), e caiu nas graças do público.
Em entrevista exclusiva à Folha, o inglês Johnson, 52, fala sobre o novo álbum da banda, "Stiff Upper Lip", e o estilo musical da banda, 20 anos depois.

Folha - Por que o AC/DC ficou quase cinco anos longe dos estúdios?
Brian Johnson -
Nós terminamos a turnê "Ballbreaker 2" apenas no final de 96. Depois disso, preparamos a caixa "Bonfire", em homenagem a Bon Scott. E só no ano passado nos reunimos.

Folha - O novo trabalho, "Stiff Upper Lip", tem as mesmas características do álbum "Ballbreaker" (95)?
Johnson -
Acho que há muitas diferenças, principalmente devido à produção de George Young, irmão mais velho de Angus e Malcolm. É um disco que podemos lembrar do AC/DC cantando nos bares australianos em meados da década de 70.

Folha - Nesses quase 30 anos de rock, o AC/DC já pensou em mudar o seu estilo musical para aumentar a vendagem?
Johnson -
Nunca. Somos fiéis ao rock puro. Tenho certeza de que qualquer mudança traria uma grande revolta dos fãs. O AC/DC é respeitado até hoje porque é um grupo que tem uma filosofia conservadora.

Folha - Você acredita que o estilo do rock está mudando no mundo?
Johnson -
Sem dúvida. As bandas estão sendo programadas para vender cada vez mais. Hoje, os jovens compram CDs por causa da aparência física dos integrantes, e as rádios seguem o ritmo, divulgando Backstreet Boys.

Folha - Vocês estiveram no Brasil durante o Rock in Rio, em 85, e em Curitiba e São Paulo, em 96. O que você achou?
Johnson -
No Rio havia muita gente, e as atenções do público e da mídia estavam divididas com todas as bandas. Mas em São Paulo nós ficamos mais empolgados.

Folha - E as principais lembranças do Brasil?
Johnson -
As mulheres. A atmosfera feminina nos contagiou.


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