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Minas saúda obra de Amilcar de Castro
Quatro cidades do Estado recebem trabalhos do artista; produção recente é passada a limpo em Nova Lima
FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA LIMA (MG)
Durante os próximos dois
meses, a obra de Amilcar de
Castro (1920-2002) começa a
ocupar Minas Gerais numa escalada sem precedentes, em
quatro cidades. Primeiro com a
exposição que é inaugurada hoje e reúne 120 trabalhos dos
últimos 20 anos de produção
do artista, que acontece na Casa Fiat de Cultura, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte.
Depois, já no próximo fim de
semana, 31 esculturas de grande porte, pesando no total 213
toneladas, estarão dispostas
nas praças JK e da Liberdade,
em BH. No dia 11, Ouro Preto
recebe outras 70 obras e, finalmente, a partir de 10/5, na cidade de Dom Silvério, algumas
obras de grande formato serão
expostas no adro da igreja Nossa Senhora da Saúde.
A partir de então, outra mostra inaugura o espaço onde será
criado um museu dedicado ao
artista, também em Dom Silvério -terra natal de seu maior
colecionador privado, o economista Márcio Teixeira.
Todas essas exposições estão
ligadas a Teixeira, que cedeu
boa parte das obras a todas elas
-cerca de 70%, segundo ele
(leia texto ao lado). "Graças à sugestão de Sérgio Rodrigo Reis, fui conhecer a coleção
de Teixeira e fiquei maravilhado", diz o diretor da Casa Fiat,
José Eduardo de Lima Pereira.
Lá, a mostra se divide em
dois andares. "Nosso objetivo
não é realizar uma ampla retrospectiva do artista, pois procuramos apresentar a produção mais recente e em grande parte desconhecida do Amilcar", conta Teixeira.
Reconhecido pela concepção de projetos gráficos para jornais no Brasil, Castro tem, contudo, na produção tridimensional sua obra mais valorizada. Em parte,
isso se deve aos desdobramentos do Manifesto Neoconcreto,
em 1959, do qual foi um dos seis
signatários. Desde então, sua
produção teve crescente valorização, e o artista morreu num
momento de unanimidade.
Produtividade crescente
"Quando morreu, o Amilcar
estava altamente produtivo, e
sua obra vinha num crescente;
por isso, é possível observar seu
trabalho de maneira completa,
mesmo sem apresentar sua
produção dos anos 60 e 70",
conta Reis, que divide a curadoria da exposição com Teixeira e
Rodrigo Castro, filho do artista.
Castro não costumava dar
nome a seus trabalhos, o que
fez que fossem conhecidos por
apelidos. Na mostra, além da
diversidade na pintura, um dos
destaques é o conjunto de 16
"esculturas arquitetônicas",
obras que, seccionadas, podem ser montadas de várias maneiras -mas que, na exposição, não poderão ser tocadas. "Esse grupo nunca tinha
sido exibido junto. Eu mesmo
nunca o tinha visto assim",
conta o colecionador.
Também é impressionante o
grupo de 36 peças circulares, de
1999, com variações de corte e
dobra, mas privilegiando pequenos formatos (50 cm de diâmetro). Algumas delas, entretanto, alcançam dimensões agigantadas (quase cinco metros
de diâmetro), e são as que ocupam as duas praças de BH.
AMILCAR DE CASTRO
Onde: Casa Fiat de Cultura (r. Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Nova Lima,
tel. 0/xx/31/3289-8910) e praças praças JK e da Liberdade (Belo Horizonte)
Quando: abertura hoje, para convidados; ter. a sex., das 10h às 21h; sáb. e
dom., das 14h às 21h; até 25/5
Quanto: entrada franca
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