São Paulo, sexta-feira, 27 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novo museu em Londres celebra o pop

Interatividade é um dos pontos altos do British Music Experience, que foi aberto no início do mês e custou R$ 30 milhões

Instituição traz história do rock e do pop desde 1945; visitante pode ter aulas em estúdio que oferece dez guitarras e duas baterias


PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES

Um museu onde dá para tocar guitarra (mesmo que você não saiba e sem ninguém reclamar), dançar e ver roupas, instrumentos, letras e imagens marcantes dos últimos 64 anos da música no Reino Unido.
Depois, ainda dá para checar suas performances pela internet e reler tudo o que mais te chamou a atenção. É essa a ideia do museu British Music Experience (Experiência Musical Britânica), que abriu no último dia 9 em Londres.
O BME fica na O2 Arena, o principal palco atual da música no Reino Unido (e onde Michael Jackson toca a partir de julho), e conta tudo o que aconteceu no pop e no rock ligado ao país desde 1945, de uma maneira bastante interativa.
A história é narrada em sete salas, divididas em períodos de tempo. Em cada uma, objetos que marcaram ou representam uma época são expostos, com explicações em textos ou em áudio, que é ativado por uma espécie de teclado digital.
Ao fundo, um telão tem dezenas de imagens, que podem ser percorridas com um tipo de mouse. Quando se para em uma delas, surge um pequeno texto explicativo.
No centro das salas, quatro monitores ao redor de uma mesa mostram vídeos de conversas de pessoas envolvidas nos eventos daquela época.
Estão em exposição desde uma capa usada por Ozzy Osbourne num festival em 1974, quando ele ainda era o "príncipe das trevas", até a guitarra Les Paul que Keith Richards usou em 1968 na gravação do show Circus -"a última aparição pública da formação original dos Stones", um vídeo que só foi transmitido 28 anos depois do seu registro original.

Rever em casa
O que torna o museu ainda mais diferente de outros do tipo é que basta passar o ingresso num sensor que aquela informação que chamou a atenção do visitante vai direto para o site da atração na internet. Mais tarde, é só digitar o número do ingresso no site para rever, até com mais detalhes, todas as informações que despertaram interesse durante a visita.
Mas a sala mais popular do BME é um estúdio onde ficam dez guitarras, duas baterias e um microfone. Ali, de fone na cabeça e instrumento na mão, é possível ter uma aula de como tocar (em três níveis, básico, intermediário e avançado) sem ser incomodado e sem incomodar ninguém.
No final, dá para fazer uma gravação do seu desempenho em uma música (sai a guitarra original, entra a sua). O resultado também pode ser relembrado depois pelo próprio visitante na internet.
Quase tão popular quanto, e um pouco mais constrangedora, é uma sala onde uma moça na tela ensina a "dançar" 12 estilos diferentes, do "rock'n'roll" ao "loco motion". Esse resultado, infelizmente, também pode ser conferido na hora e visto depois na internet, num vídeo que parece um holograma.
O caráter aleatório de cada sala, com uma enorme quantidade de informação, mas sem um fio condutor aparente, dá ao museu um caráter mais lúdico do que didático. Um crítico de música do jornal britânico "Guardian" disse que são necessárias nove horas para ver tudo direito, mas que em uma hora aumentou seu conhecimento sobre o assunto em "ao menos 2%" -e isso foi um elogio do que ele definiu como uma "Disney Epcot", em que "Noel Gallagher é o Mickey Mouse, e Amy é a Minnie" .
O custo total de criação do museu foi de 9,5 milhões de libras (R$ 30,5 milhões), e a expectativa é de 300 mil visitantes ao ano. Em geral, há pouca frequência à tarde, mas funcionários disseram que a atração está cheia nos finais de semana, só que sem filas. O ingresso custa 15 libras (cerca de R$ 50), e a exposição é permanente.


Texto Anterior: Música: Ingressos para Oasis começam a ser vendidos
Próximo Texto: Televisão/Diversidade: Programa traz histórias de deficientes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.