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Novo museu em Londres celebra o pop
Interatividade é um dos pontos altos do British Music Experience, que foi aberto no início do mês e custou R$ 30 milhões
Instituição traz história do rock e do pop desde 1945; visitante pode ter aulas
em estúdio que oferece dez guitarras e duas baterias
PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES
Um museu onde dá para tocar guitarra (mesmo que você
não saiba e sem ninguém reclamar), dançar e ver roupas, instrumentos, letras e imagens
marcantes dos últimos 64 anos
da música no Reino Unido.
Depois, ainda dá para checar
suas performances pela internet e reler tudo o que mais te
chamou a atenção. É essa a
ideia do museu British Music
Experience (Experiência Musical Britânica), que abriu no último dia 9 em Londres.
O BME fica na O2 Arena, o
principal palco atual da música
no Reino Unido (e onde Michael Jackson toca a partir de
julho), e conta tudo o que aconteceu no pop e no rock ligado ao
país desde 1945, de uma maneira bastante interativa.
A história é narrada em sete
salas, divididas em períodos de
tempo. Em cada uma, objetos
que marcaram ou representam
uma época são expostos, com
explicações em textos ou em
áudio, que é ativado por uma
espécie de teclado digital.
Ao fundo, um telão tem dezenas de imagens, que podem ser
percorridas com um tipo de
mouse. Quando se para em
uma delas, surge um pequeno
texto explicativo.
No centro das salas, quatro
monitores ao redor de uma mesa mostram vídeos de conversas de pessoas envolvidas nos
eventos daquela época.
Estão em exposição desde
uma capa usada por Ozzy Osbourne num festival em 1974,
quando ele ainda era o "príncipe das trevas", até a guitarra
Les Paul que Keith Richards
usou em 1968 na gravação do
show Circus -"a última aparição pública da formação original dos Stones", um vídeo que
só foi transmitido 28 anos depois do seu registro original.
Rever em casa
O que torna o museu ainda
mais diferente de outros do tipo é que basta passar o ingresso
num sensor que aquela informação que chamou a atenção
do visitante vai direto para o site da atração na internet. Mais
tarde, é só digitar o número do
ingresso no site para rever, até
com mais detalhes, todas as informações que despertaram interesse durante a visita.
Mas a sala mais popular do
BME é um estúdio onde ficam
dez guitarras, duas baterias e
um microfone. Ali, de fone na
cabeça e instrumento na mão, é
possível ter uma aula de como
tocar (em três níveis, básico, intermediário e avançado) sem
ser incomodado e sem incomodar ninguém.
No final, dá para fazer uma
gravação do seu desempenho
em uma música (sai a guitarra
original, entra a sua). O resultado também pode ser relembrado depois pelo próprio visitante na internet.
Quase tão popular quanto, e
um pouco mais constrangedora, é uma sala onde uma moça
na tela ensina a "dançar" 12 estilos diferentes, do "rock'n'roll"
ao "loco motion". Esse resultado, infelizmente, também pode
ser conferido na hora e visto
depois na internet, num vídeo
que parece um holograma.
O caráter aleatório de cada
sala, com uma enorme quantidade de informação, mas sem
um fio condutor aparente, dá
ao museu um caráter mais lúdico do que didático. Um crítico
de música do jornal britânico
"Guardian" disse que são necessárias nove horas para ver
tudo direito, mas que em uma
hora aumentou seu conhecimento sobre o assunto em "ao
menos 2%" -e isso foi um elogio do que ele definiu como
uma "Disney Epcot", em que
"Noel Gallagher é o Mickey
Mouse, e Amy é a Minnie" .
O custo total de criação do
museu foi de 9,5 milhões de libras (R$ 30,5 milhões), e a expectativa é de 300 mil visitantes ao ano. Em geral, há pouca
frequência à tarde, mas funcionários disseram que a atração
está cheia nos finais de semana,
só que sem filas. O ingresso custa 15 libras (cerca de R$ 50), e a
exposição é permanente.
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