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Autor sempre teve projeto político
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o crítico Decio de Almeida
Prado (1917-2000), "Guarnieri escreveu com facilidade e fecundidade tanto na década de 60 quanto na de 70, antes e depois de 1964,
porque tinha durante esse tempo
todo um claro projeto político em
vista. Sabia a favor do que ou contra o que se manifestar".
Em meados dos anos 60, Guarnieri, Augusto Boal e Edu Lobo
enveredam por um painel histórico. Havia um narrador a interligar
e a comentar os episódios representados, estabelecendo outro patamar de comunicação com a platéia. Essa perspectiva brechtiana
ajudou Boal a fundamentar o sistema curinga, no qual todos os
atores passam por todos os papéis, independentemente do sexo.
Por ocasião da temporada no
Rio, o crítico Yan Michalski
(1932-80) escreveu: "A dificuldade que sentimos de enquadrar
"Zumbi" numa das categorias tradicionais da literatura dramática
reflete esse seu caráter inovador e
experimental: "Zumbi" é uma peça, sim senhores, com um autêntico conflito dramático que se desenvolve e evolui de acordo com
os cânones consagrados do "playwriting". Mas é também, ao mesmo tempo, uma aula de história".
Guarnieri participará de debate
nos dois encontros do projeto
"Em Cena, Ações!", ao lado do
ator e cantor Aldo Bueno (como
Zumbi), da atriz Marília Medalha
e da pesquisadora Iná Camargo
Costa (USP), sob mediação de
Wellington Andrade. Direção e
roteiro são de Heron Coelho.
"Se na qualidade de escritor engajado Guarnieri nunca se recusou a tomar partido, na de poeta
dramático equilibrou sempre a
sua obra entre dois pólos: a sedutora simplicidade das grandes explicações históricas -no caso, o
marxismo- e a extrema complexidade do mundo real e dos homens", continuou Almeida Prado
em "Peças, Pessoas, Personagens:
O Teatro Brasileiro de Procópio
Ferreira a Cacilda Becker" (1993).
Em Cena, Ações!
Quando: amanhã e sex., às 21h
Onde: Sesc Ipiranga - teatro (r. Bom
Pastor, 822, tel. 0/xx/11/3340-2000)
Quanto: R$ 12
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