São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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Terry, o terrível

Conhecido como o "rei da pornografia fashion", cultuado fotógrafo nova-iorquino prepara livro em que famosos, como Camila Pitanga, Lulu Santos, Rogéria e Dercy Gonçalves, tiram a roupa em bailes funk, favelas e outros cenários do Rio

Gilvan Barreto/Folha Imagem
Terry Richardson à beira da piscina do Copacabana Palace


EVA JOORY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O fotógrafo norte-americano Terry Richardson, 42, está hospedado num quarto do Copacabana Palace, no Rio, dando início a seu novo projeto, um livro sobre a Cidade Maravilhosa.
Seu alvo: artistas, famosos e anônimos cariocas, em poses inéditas. O projeto, idealizado por Marcelo Sebá, diretor de marketing da Diesel (também patrocinadora do livro), reúne nomes como Paulo Vilhena, Adriane Galisteu, Cauã Raymond, Camila Pitanga, Cléo Pires, Lulu Santos e Luiza Brunet, além de garotos de programa, da travesti Rogéria e de Dercy Gonçalves. Em comum, vão posar sem roupa ou mostrando alguma parte do corpo.
O cenário é bem carioca: do piscinão de Ramos ao Coqueirão, dos bailes funk às favelas.
"Não é sensacionalista", diz Sebá, sem revelar os custos da produção. "Quisemos um livro como aquele do Bruce Weber ["O Rio de Janeiro'], mas partindo do universo sexual do Terry", diz. Além do fotógrafo e de seus três assistentes, 20 pessoas trabalham em tempo integral para arregimentar os horários dos escolhidos. O livro deve ser lançado no final do ano.
Com livros como "Terryworld" (2004) e "Too Much" (2002), Richardson já foi chamado de rei da pornografia fashion, rótulo que não rejeita, mas do qual discorda: "Minhas imagens são sexuais, é como as pessoas me vêem. Por isso me contratam.
Mas não é só isso. Também experimento coisas diferentes", diz, no Rio, à Folha.
Diferentemente da maioria dos fotógrafos, Richardson não usa câmera digital nem luz artificial. Seu equipamento se resume a algumas câmeras automáticas com flash embutido.
Faz parte do seu estilo naturalista. Sua fotografia é sexual e explícita, mas é também bem-humorada. Mesmo ao fotografar para campanhas de moda e editoriais de revistas como a "Vogue", Richardson deixa sua marca. Ele esteve em São Paulo em 2002, quando fotografou Daniela Cicarelli para um catálogo de moda.
 

FOLHA - O que mais lhe atraiu no projeto?
TERRY RICHARDSON -
Nunca tinha vindo ao Rio, mas, quando pensava na cidade, a primeira coisa que me vinha à cabeça era a imagem de garotos e garotas lindos na praia. E também as fotos mais tradicionais, aquelas de cartões postais e livros de turismo. Eu não sabia o que esperar, só o que as pessoas falavam, como "cuidado com a violência" ou "cariocas são sensuais".

FOLHA - Você se define como um obcecado pela fotografia. Como isso interfere no seu trabalho?
RICHARDSON -
Sou um obsessivo-compulsivo. Quando quero fazer algo, não paro de pensar no assunto. O mesmo acontece com fotografia. É bom ter essa obsessão, é algo que leva a criar, que dá algo especial em retorno. Sem paixão, tudo fica chato.


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