São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Apostas indies de 2011

Saiba mais sobre as bandas que estão fazendo barulho

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

Vacuna é o espanhol para vacina. E também a palavra que definiu o nome da última "melhor banda de todos os tempos da última semana".
"Queríamos algo a ver com gangues. Chegamos a comprar um livro sobre gângsteres de Nova York para ver se encontrávamos um nome, mas não deu certo. O vocalista fazia aula de espanhol e um dia viu a tradução para vacinas [vacunas] e gostamos", explicou o guitarrista Freddie Cowan à Folha.
A banda em questão é a inglesa The Vaccines, que há meses vem sacudindo o mundo da música.
O grupo já ganhou a alcunha de "novo Strokes" e foi chamado, aiai, de "a grande salvação do rock".
Formado por dois amigos de infância, Cowan e o vocalista Justin Young, o grupo tinha tudo nas mãos para se tornar tão importante quanto foram os nova-iorquinos de "Last Nite": influência, visual e um ar "cool".
"Toda década tem seu fenômeno cultural e eles [Strokes] foram o dos anos 2000. Eles tiveram muita influência, mas nós somos outra banda", diz Cowan.

ANTECEDENTES
Entre suas influências, o Vaccines cita exatamente as mesmas que consagraram a banda punk Ramones nos anos 1970: o rock dos anos 1950 e 1960, grupos de garotas como The Ronettes e The Crystals e a própria cena punk dos anos 1970 e 1980.
"Não soamos como os Ramones. Eles foram uma das melhores bandas de todos os tempos. Ouvimos o que eles ouviam e eles também faziam músicas simples e bem diretas. Temos intenções semelhantes", diz.
Some esses fatores a uma atitude rebelde e a garotos bonitinhos e a fórmula do sucesso estava garantida. Mas, então, o inesperado (ou o óbvio), aconteceu.
Quando os garotos de 20 e poucos anos lançaram, em março, o seu primeiro disco, "What Did You Expect From The Vaccines?" (o que você esperava do Vaccines?), restou um gosto amargo. Esperava-se mais.
Como publicou o jornal inglês "The Guardian", o problema do Vaccines é ter recebido mais atenção do que o seu indie retrô merece.
Mas, a julgar pelo título do disco, talvez os próprios saibam disso.
A Folha indica ainda outras quatro apostas do rock para 2011.

The Vaccines
Pra quem gosta de: Ramones, The Clash e Sex Pistols
Hit: "Post Break-Up Sex"
Disco: "What Did You Expect From The Vaccines?" (Columbia Records, março/2011); no Brasil sai em maio pela Sony Music
O grande feito: Serem chamados por críticos de música de "os novos Strokes"
A nossa aposta: O burburinho vai passar e você sequer vai lembrar do nome da banda daqui a um ano
Aqui: A banda vem ao Brasil para o festival Planeta Terra, em 5 de novembro, em SP

Anna Calvi
Pra quem gosta de: Edith Piaf, PJ Harvey e Nick Cave
Hit: "Blackout"
Disco: "Anna Calvi" (Domino Records, janeiro/2011); no Brasil sai em maio pelo selo LAB344
O grande feito: Fazer amizade com o músico e produtor Brian Eno; ele canta nas músicas "Desire" e "Suzanne and I"
A nossa aposta: Deve se tornar grande no Reino Unido como Florence and the Machine

tUnE-yArDs
Pra quem gosta de: Dirty Projectors e St. Vincent
Hit: "Bizness"
Disco: "w h o k i l l" (4AD, abril/2011); no Brasil sai em junho pelo selo LAB344
O grande feito: Criar um disco apenas com fita cassete reciclada, percussão, ukulele e pedal de efeitos
A nossa aposta: Deve continuar no ramo independente e lançando discos que quase ninguém vai ouvir

Foster the People
Pra quem gosta de: MGMT, Empire of the Sun e Passion Pit
Hit: "Pumped Up Kicks"
Disco: "Foster the People EP" (janeiro/2011); o álbum "Torches" deve sair em maio, via Columbia Records; não há previsão de lançamento no Brasil
O grande feito: Criar, em "Pumped Up Kicks", o assobio mais pegajoso desde "Young Folks", de Peter Bjorn and John (sim, você se lembra dele)
A nossa aposta: Deve entrar em crise de identidade e trocar os sintetizadores por guitarras no próximo disco, assim como o MGMT fez em "Congratulations" (2010)

Yuck
Pra quem gosta de: Sonic Youth, Jesus and Mary Chain e Dinosaur Jr.
Hit: "Get Away"
Disco: "Yuck" (Fat Possum, março/2011); não há previsão de lançamento no Brasil
O grande feito: Ressuscitar o grunge em pleno 2011
A nossa aposta: Deve acabar antes do segundo disco


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