São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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No Nordeste, hip-hop substitui surfwear

DA EDITORA DE MODA

De um lado, grifes esportivas multinacionais, como Nike e Adidas, e marcas americanas milionárias- como a G-Unit (do rapper 50 Cent) e a Rocawear (criada pelo rapper Jay-Z e vendida por cerca de US$ 200 milhões)-, desejadas pelos fãs de rap.
De outro, grifes brasileiras, que encontraram fora do eixo Rio-São Paulo a chance de retomar os saudosos lucros gerados pela onda hip-hop do início dos anos 2000.
"Meus grandes clientes vêm hoje do Nordeste. Há um fenômeno inédito por lá: o streetwear inspirado no rap, dos moletons à nova onda das camisas polo, superou o surfwear entre os jovens", afirma Walter Haddad, dono da grife paulistana Conduta.
Veterano do circuito rap, Haddad já patrocinou artistas do gênero, como Facção Central e Thaíde, além de ter investido em shows e CDs.
Depois de ver seu mercado despencar em São Paulo nos últimos anos, ele acredita numa retomada. "Começamos a fazer peças mais sofisticadas nas mesmas fábricas chinesas usadas pelas maiores grifes gringas. Investimos nas tendências e temos preços 50% mais baixos do que as marcas estrangeiras."
Dono de 12 lojas multimarcas em Aracaju (SE), Gilson dos Santos Júnior confirma a tendência. "O hip-hop é hoje o estilo de moda dominante entre jovens do Nordeste, da periferia à elite", diz.
Grife pioneira do setor, a 4P, do rapper Ice Blue (Racionais MC's), está há mais de dez anos no mercado. Apesar dos novos consumidores abonados, a marca sobrevive graças à periferia.
"Conhecemos a realidade do consumidor: quanto ganha, o que ouve, onde vai. O produto é bom, tem a cara do rap e não faz um rombo no orçamento", diz Natália da Silva, diretora de criação.


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