São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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Leirner relê obra política dos anos 60

Artista paulistano faz trabalhos inspirados em peças produzidas quatro décadas atrás, com forte teor provocativo

Exposição inaugura série "Ocupações", com mostras feitas para o espaço; Palatnik e Zé Celso participarão de projeto

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

É uma mostra pequena, com apenas oito trabalhos, mas consegue deixar clara a obra provocativa de Nelson Leirner, 77.
"Ocupação Nelson Leirner" inaugura uma série de exposições especialmente produzidas para o Itaú Cultural, que vai enfocar artistas que sirvam de referência a gerações mais novas.
Já estão confirmadas "ocupações" do diretor teatral José Celso Martinez Corrêa e do artista Abraham Palatnik, que irão acontecer no segundo semestre na instituição.
Leirner começou a ficar conhecido no final dos anos 60, sendo um dos precursores do happening no Brasil e produzindo trabalhos que ironizam o sistema de arte. O artista também produziu obras de forte teor político, como "O Porco" (1966), presente no Itaú.
"O Porco" e outros três trabalhos importantes de Leirner dos anos 60 -"Homenagem a Fontana 2" (1967), "Matéria e Forma - Tronco e Cadeira" (1964) e "Stripencores" (1968)- ganharam reletituras feitas pelo artista neste ano.
"As obras são muito emblemáticas dentro da minha produção", conta Leirner. "Ao mesmo tempo, quis dar visibilidade a "Tronco e Cadeira", que é muito menos conhecida e tão importante quanto "O Porco"."
Em 1967, o artista foi muito criticado quando exibiu em Brasília "O Porco", objeto-escultura com um porco empalhado dentro de um engradado de feira. "Hoje tudo é menos ideológico", avalia ele.
Entre as ironias propostas por ele, estão plotagens da tela "Homenagem a Fontana". "A obra inicial foi feita para mexer, mas hoje não é permitido. Por isso multipliquei-a por quatro."



OCUPAÇÃO NELSON LEIRNER
Quando: abertura hoje, às 20h (convidados); de ter. a sex., das 10h às 21h, e sáb., dom. e feriados, das 10h às 19h; até 28/6
Onde: Itaú Cultural (av. Paulista, 149, tel. 2168-1776); livre
Quanto: entrada franca




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