São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Portaria da classificação indicativa é adiada

Segundo o Ministério da Justiça, debates levantaram sugestões que podem ser incorporadas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu ontem à noite adiar por mais 15 dias a entrada em vigor da portaria da classificação indicativa, que estabelece que programas de televisão destinados a algumas faixas etárias só podem ir ao ar em determinados horários, após as 20h.
A portaria, que entraria em vigor hoje, tem gerado polêmica porque emissoras de TV e alguns críticos vêem no texto uma brecha para que o governo possa submeter os programas a censura prévia. Reclamam também que a vinculação horária fere a liberdade dos telespectadores de assistir ao que quiserem, quando quiserem.
A justificativa do Ministério da Justiça para o novo adiamento é a série de debates das últimas semanas, com várias sugestões de diversos setores sobre o tema, que poderiam ser incorporadas à portaria.
Esse fator levantou nova discussão no ministério sobre as estratégias e rumos a serem tomados, o que levou ao adiamento da entrada em vigor dos pontos mais polêmicos da portaria. Para completar, o ministro da Justiça, Tarso Genro, a quem cabem as decisões finais, está fora do país.

Pesquisa
Apesar das críticas de artistas e de entidades ligadas a rádios e TVs, a maioria dos brasileiros é a favor da censura prévia a programas de TV. Pesquisa do Instituto Sensus para a CNT (Confederação Nacional do Transporte) mostra que 57,9% dos entrevistados são favoráveis à prática, contra 35,9% que se declararam contrários.
Um total de 6,3% não soube opinar ou não respondeu a pergunta. O instituto ouviu 2.000 pessoas entre 18 e 22 de junho. As entrevistas foram feitas em 136 municípios, de 24 Estados. A margem de erro é de três pontos percentuais.
O resultado aponta certa estabilidade em relação a fevereiro de 2005. À época, 54,1% dos entrevistados declararam ser a favor de censura prévia, contra 39,7% que disseram o oposto.
A maioria dos entrevistados (58,3%) disse não selecionar o tipo de programa visto em casa por filhos ou familiares, contra 38,1% que declararam selecionar. Os números são semelhantes aos de fevereiro de 2005, quando 59,1% disseram não selecionar os programas e 37,9% que afirmaram selecionar.


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