|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica/"Lady Jane"
Guédiguian faz releitura pouco convincente de noir
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Depois de "O Último Miterrand" e "Armênia",
Robert Guédiguian
volta ao formato de "cinema de
grupo" e ao cenário que marcou
seus melhores trabalhos. Como
em "A Cidade Está Tranqüila",
"Marie-Jo e Seus Dois Amores"
e quase todos seus filmes, a
ação de "Lady Jane", seu 15º
longa, se passa na região de
Marselha, e o elenco reúne seus
atores habituais, Ariane Ascaride, Jean-Pierre Darroussin e
Gérard Meylan.
Mas "Lady Jane" não é, propriamente, um retorno às origens. O que Guédiguian propõe
é a releitura do "film noir". A
base está em um dos filmes seminais do gênero, "Fuga do
Passado", de Jacques Tourneur
(1947), em que uma determinada situação obriga um personagem a confrontar-se com um
passado que deixou para trás.
O problema é que esse grande esforço para adaptar o gênero a uma certa concepção de
mundo não favorece nem ao aspecto noir do filme, que soa
pouco convincente, nem à sua
dimensão política e humana,
que termina francamente exagerada. Para quem acompanha
a interessante trajetória de
Guédiguian, "Lady Jane" não é
um filme desprezível, mas, infelizmente, é uma experiência
que não deu certo.
LADY JANE
Produção: França, 2008
Direção: Robert Guédiguian
Com: Ariane Ascaride, Jean-Pierre
Darroussin e Gérard Meylan
Quando: a partir de hoje no Espaço
Unibanco, HSBC e circuito; 16 anos
Avaliação: regular
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Última Moda - Alcino Leite Neto: Lirismo e luxo brasileiro na SPFW Índice
|