São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica/"Lady Jane"

Guédiguian faz releitura pouco convincente de noir

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Depois de "O Último Miterrand" e "Armênia", Robert Guédiguian volta ao formato de "cinema de grupo" e ao cenário que marcou seus melhores trabalhos. Como em "A Cidade Está Tranqüila", "Marie-Jo e Seus Dois Amores" e quase todos seus filmes, a ação de "Lady Jane", seu 15º longa, se passa na região de Marselha, e o elenco reúne seus atores habituais, Ariane Ascaride, Jean-Pierre Darroussin e Gérard Meylan.
Mas "Lady Jane" não é, propriamente, um retorno às origens. O que Guédiguian propõe é a releitura do "film noir". A base está em um dos filmes seminais do gênero, "Fuga do Passado", de Jacques Tourneur (1947), em que uma determinada situação obriga um personagem a confrontar-se com um passado que deixou para trás.
O problema é que esse grande esforço para adaptar o gênero a uma certa concepção de mundo não favorece nem ao aspecto noir do filme, que soa pouco convincente, nem à sua dimensão política e humana, que termina francamente exagerada. Para quem acompanha a interessante trajetória de Guédiguian, "Lady Jane" não é um filme desprezível, mas, infelizmente, é uma experiência que não deu certo.


LADY JANE
Produção:
França, 2008
Direção: Robert Guédiguian
Com: Ariane Ascaride, Jean-Pierre Darroussin e Gérard Meylan
Quando: a partir de hoje no Espaço Unibanco, HSBC e circuito; 16 anos
Avaliação: regular


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Última Moda - Alcino Leite Neto: Lirismo e luxo brasileiro na SPFW
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.