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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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FILMES

TV ABERTA


Antonioni reflete o descompasso entre indivíduos

Parque dos Dinossauros
Globo, 13h.
   
(Jurassic Park). EUA, 93, 126 min. Direção: Steven Spielberg. Com Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum. A partir de partículas de DNA fossilizados, um milionário consegue recriar dinossauros e constrói um parque para os bichões.

Arara Vermelha
Cultura, 15h30.
   
Brasil, 57, 115 min. Direção: Tom Payne. Com Anselmo Duarte, Odete Lara. Baseado em romance de José Mauro de Vasconcelos, essa aventura tem como eixo uma perseguição policial em cima de grupo que rouba um diamante de garimpo. Produção da Maristela, seria o último filme de Tom Payne (1914-96), diretor argentino trazido da Vera Cruz.

O Homem da Máscara de Ferro
Record, 18h.
  
(The Man in the Iron Mask). Inglaterra, 77, 105 min. Direção: Mike Newell. Com Richard Chamberlain, Louis Jourdan. Separados no nascimento, dois irmãos gêmeos tomam rumos diferentes. O sortudo vira rei da França; o outro vai preso e tem que usar uma máscara de ferro para não ser identificado.

Além das Nuvens
Bandeirantes, 20h30.
    
(Par-delà les Nuages). França, Itália, Alemanha, 95, 109 mim. Direção: Michelangelo Antonioni e Wim Wenders. Com Marcello Mastroianni, John Malkovich, Sophie Marceau, Jeanne Moreau. Diretor de cinema viaja pela Europa e tenta se lembrar de uma história de amor. Trata-se de história em quatro episódios centrado no tema do descompasso entre as pessoas. A produção marca o retorno de Antonioni ao cinema após um derrame.

Sangue por Sangue
SBT, 23h.
 
(Blood In, Blood Out). EUA, 92. Direção: Taylor Hackford. Com Benjamin Bratt, Jesse Borrego. Três rapazes de origem latina crescem em meio à violência de um bairro dominado por gangues. Na vida adulta, tomarão rumos distintos.

Macbeth
Bandeirantes, 0h30.
   
(The Tragedy of Macbeth). Inglaterra, 71, 140 min. Direção: Roman Polanski. Com John Finch, Martin Shaw. Versão fiel da tragédia de Shakespeare, sobre um herói de guerra que, incentivado pela mulher, mata um rei para lhe tomar o trono. Polanski passava por um tragédia: dois anos antes sua mulher era assassinada em um culto satânico. Não foram poucos os que relacionaram o episódio a essa adaptação que prima pela violência e pessimismo.

Inimigo Íntimo
Globo, 1h10.
   
(The Devil's Own). EUA, 1997, 107 min. Direção: Alan J. Pakula. Com Harrison Ford, Brad Pitt. Ford é o policial de Nova York que abriga um jovem irlandês em sua casa sem saber que ele é um terrorista do IRA.

Justiceiro Implacável
Globo, 3h05.

(Rooster Cogburn). EUA, 75. Direção: Stuart Millar. Com John Wayne, Katharine Hepburn. Wayne é o delegado às voltas com ladrões de uma vila. Aqui, ele faz par com Hepburn, morta no mês passado. Ao contrário da atriz, o filme é pouco memorável.
(BRUNO YUTAKA SAITO)

TV PAGA

"Intimidade" escancara o teatro amoroso

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Na paisagem urbana, os encontros amorosos podem se tornar um paliativo para o fracasso presente, a solidão e os ecos do passado. Todos querem o amor sonhado, difícil é olhar a face à frente; a intimidade entre casais mostra-se apenas aparente.
Em "Intimidade", filme baseado em escritos do britânico Hanif Kureishi, as relações são como uma peça de teatro amadora encenada em um palco improvisado. Não há chance para a beleza surgir, a comunicação é utópica.
O diretor Patrice Chéreau (de "Rainha Margot") registra o "pacto" entre Jay (Mark Rylance), um chefe de bar, e Claire (Kerry Fox), uma atriz de teatro de bairro. Todas as quartas-feiras eles se encontram para transar durante algumas horas na casa de Jay.
São dois estranhos, unidos pelas "imperfeições" de corpos não esculpidos em academias. Não conversam entre si, não fazem idéia da identidade de cada um.
Jay será o primeiro a tentar quebrar o anonimato, já que terá dificuldades para se comunicar com o silêncio. A idealização e a incerteza sobre sua "relação" o corroem no íntimo.
Será necessária a visão de um funcionário gay para Jay entender seus padrões: quando tem-se alguém, há um curto período em que as duas partes dão as coisas livremente, sem cobranças; depois, são apenas as cobranças; a diferença é que Claire não pede nada.
E é justamente do universo masculino homossexual que Jay e Claire irão reproduzir sua dinâmica: o que sabemos sobre a pessoa com quem dividimos a cama e o corpo? O sexo é fácil, o difícil é penetrar na alma alheia.
"Intimidade" é a reprodução do jogo -executado conscientemente- de aparências que é o flerte e a conquista romântica. Há encenação maior do que ocultar os defeitos pessoais, colocar a melhor roupa e se perfumar, enfim, o ritual de acasalamento dos seres humanos? Retrato amargo, esse sim realmente difícil de encarar sem pudores.


INTIMIDADE. Quando: hoje, às 22h15, no Telecine Emotion.


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