São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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Crítica/"Quebra de Confiança"

Romantização prejudica história engenhosa

DO CRÍTICO DA FOLHA

"Quebra de Confiança" se ocupa de um caso verídico de traição no FBI, mas seus jogos de poder corporativos caberiam em qualquer organização de grande porte com gente que se considera injustiçada e quer provar, por caminhos tortuosos, o seu valor.
É assim, ao menos, que se desenha a ambigüidade de Robert Hanssen (Chris Cooper, de "Beleza Americana" e "Adaptação"). Maior especialista da casa em Rússia e em sistemas de segurança, ele anda fazendo o que não deve. Uma promoção de fachada lhe vale um assistente (Ryan Phillippe, de "A Conquista da Honra") cuja função é vigiá-lo.
A partir daí, caminha-se em terreno pantanoso tanto para os personagens quanto para o espectador, como em "O Preço de uma Verdade" (2003), longa anterior de Billy Ray. Se é verdade o que o FBI diz sobre Hanssen, os motivos da transgressão (outro sentido para o título original "Breach", brecha) são obscuros e paradoxais.
Não por acaso, o filme perde força quando se preocupa em simplificá-los, bem como ao atribuir ao espertíssimo Hanssen a ingenuidade de não perceber que o cerco se fecha em torno dele. O caso é verídico, mas sua romantização hollywoodiana reduz uma história engenhosa de contra-espionagem a um jogo entre dois bobos. (SR)


QUEBRA DE CONFIANÇA
Produção: EUA, 2007
Direção: Billy Ray
Com: Chris Cooper, Ryan Phillippe
Onde: estréia hoje no Bristol, Frei Caneca e circuito
Avaliação: regular



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