COLUNISTA DA FOLHA

Existe alguém capaz de olhar para um boneco perfeito do Chico Buarque e não saber de quem se trata? Sim, existe. Mas tudo depende do lugar de São Paulo onde você está. Em uma agência de modelos ou porta de colégio, isso pode acontecer.
Entre algumas adolescentes que deram de cara com "Chico Buarque" no dia em que ele "passeou" por São Paulo, a pergunta "quem é esse cara?" não causava espanto. Pelo menos entre elas.
"Sinceramente, eu não sabia que era ele. Sabia só que era um rosto que eu conhecia de algum lugar", disse a modelo Carol Demarqui, 14.
"Pensei que ele fosse algum ator", disse a estudante Jéssica Bernardo, 18, que não conhecia nenhuma música do compositor. Mesmo assim, achou que o display era de um cara bonito. "Ele é charmoso, tem estilo."
Sua amiga Aline Evelyn, 18, era a única de uma turma de quatro amigas a saber e (conhecer) a obra do compositor. "Você conhece, não é, minha filha?", perguntou o pai, Silas dos Santos, com olhar apreensivo.
Não saber quem é Chico Buarque seria inaceitável em outro ambiente onde "o compositor" passeou no mesmo dia, o Sesc Vila Mariana. Por ali, fez participação especial no show do cantor Cadão Volpato e de sua banda Fellini -cultuada no fim dos anos 80- com uma canção intitulada "Chico Buarque Song", uma homenagem ao compositor. A banda tocou a música para "Chico Buarque" display, com o vocalista abraçado a ele.
"É uma honra para mim tocar pela primeira vez com o Chico Buarque. Estou emocionado. Sabia que esse dia iria chegar", brincou Volpato, fã confesso de Chico, ao microfone. O compositor, apesar de estar representado por um display, foi aplaudido mesmo assim. Na saída, formou-se até uma pequena fila de pessoas "querendo tirar fotos com ele".


Texto Anterior: "Ele tá comigo", avisa apresentadora em restaurante
Próximo Texto: "Músicas com alma feminina, dramáticas"
Índice