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Zé Celso e sua trupe arrastam multidão com farra carnavalesca
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A passagem do diretor José
Celso Martinez Corrêa e dos
atores do grupo Uzyna Uzona pela Bienal, ontem desde
as 15h30, arrastou uma multidão pelos corredores.
A performance, que homenageou o artista modernista
Flávio de Carvalho (1899-1973), autor do original, durou cerca de duas horas e
meia e, conduzida como uma
procissão, ocupou todos os
andares do prédio.
Os primeiros acordes de
um acordeão e o som de tambores foram dados na rampa
central da Bienal.
Os atores chegaram com figurino alegórico, alguns seminus, outros com folhas e
purpurina cobrindo algumas
partes do corpo.
Com cânticos, iniciaram o
trabalho, chamando a atenção dos visitantes. Em pouco
tempo, o espaço na área de
circulação ficou tomado.
Uma espécie de carro alegórico miniatura passava entre a multidão com caixas de
som e aparelhos que projetavam imagens nas paredes,
no teto e em outras obras.
Quatro atores passeavam
com uma escultura fálica,
feita com uma espécie de tecido armado.
A farra carnavalesca era
intercalada por pequenas
pausas e discursos do diretor
do Teatro Oficina. Ele fez metáforas utilizando as próprias
obras como argumento.
"Não libertem os urubus",
gritou, em referência aos protestos contra a obra "Bandeira Branca", de Nuno Ramos.
O trabalho utiliza três urubus vivos, presos entre redes,
no vão central do edifício. Na
abertura da exposição, no sábado, uma ONG organizou
protesto contra o confinamento dos animais.
Zé Celso também bradou
contra a falta de iniciativa do
poder público e das organizações civis no combate à
violência urbana. "Precisamos acabar com a Terceira
Guerra Mundial, que é a
guerra do narcotráfico. Droga é assunto para os Ministérios da Saúde e da Cultura,
não é para a polícia", disse.
O trabalho acabou na área
externa do parque, com o público e os atores cantando
marchinhas e dançando sob
uma garoa fina.
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