São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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Zé Celso e sua trupe arrastam multidão com farra carnavalesca

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A passagem do diretor José Celso Martinez Corrêa e dos atores do grupo Uzyna Uzona pela Bienal, ontem desde as 15h30, arrastou uma multidão pelos corredores.
A performance, que homenageou o artista modernista Flávio de Carvalho (1899-1973), autor do original, durou cerca de duas horas e meia e, conduzida como uma procissão, ocupou todos os andares do prédio.
Os primeiros acordes de um acordeão e o som de tambores foram dados na rampa central da Bienal.
Os atores chegaram com figurino alegórico, alguns seminus, outros com folhas e purpurina cobrindo algumas partes do corpo.
Com cânticos, iniciaram o trabalho, chamando a atenção dos visitantes. Em pouco tempo, o espaço na área de circulação ficou tomado.
Uma espécie de carro alegórico miniatura passava entre a multidão com caixas de som e aparelhos que projetavam imagens nas paredes, no teto e em outras obras.
Quatro atores passeavam com uma escultura fálica, feita com uma espécie de tecido armado.
A farra carnavalesca era intercalada por pequenas pausas e discursos do diretor do Teatro Oficina. Ele fez metáforas utilizando as próprias obras como argumento.
"Não libertem os urubus", gritou, em referência aos protestos contra a obra "Bandeira Branca", de Nuno Ramos.
O trabalho utiliza três urubus vivos, presos entre redes, no vão central do edifício. Na abertura da exposição, no sábado, uma ONG organizou protesto contra o confinamento dos animais.
Zé Celso também bradou contra a falta de iniciativa do poder público e das organizações civis no combate à violência urbana. "Precisamos acabar com a Terceira Guerra Mundial, que é a guerra do narcotráfico. Droga é assunto para os Ministérios da Saúde e da Cultura, não é para a polícia", disse.
O trabalho acabou na área externa do parque, com o público e os atores cantando marchinhas e dançando sob uma garoa fina.


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