free-lance para a Folha

O filme "Orfeu", de Carlos Diegues, foi escolhido por unanimidade para representar o Brasil na disputa pela indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, que acontece em 26 de março de 2000.
A comissão julgadora foi formada pelos cineastas Walter Salles e Tizuca Yamazaki, o produtor Luiz Carlos Barreto, o empresário de distribuição Jorge Peregrino e o jornalista e crítico de cinema Luiz Zanin Oricchio, do jornal "O Estado de S. Paulo".
À exceção de Salles, que mandou o voto num envelope, a comissão reuniu-se por uma hora no Ministério da Cultura e escolheu "Orfeu" entre os 14 inscritos. O filme nacional que concorreu ao Oscar ano passado, "Central do Brasil", também foi escolhido por unanimidade.
Luiz Carlos Barreto disse que não estavam em questão os "valores cinematográficos", mas qual filme seria mais adequado, "com mais possibilidades" de chegar à lista dos cinco filmes estrangeiros escolhidos pela Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood para concorrer ao Oscar.
Na sua avaliação, "Orfeu" revela um Brasil musical, alegre, mostra o Rio de Janeiro, que é "um ícone mundial, a favela, que também é um ícone, e a violência, a bandidagem do morro".
O ministro Francisco Weffort disse que a entrada da escola de samba no filme é "absolutamente comovente". Jorge Peregrino afirmou que "Orfeu" já foi visto por 1,1 milhão de pessoas. "Só ele e "Central do Brasil" cruzaram a barreira de 1 milhão".
"Central" foi assistido por 1,5 milhão de pessoas, mas "se beneficiou da indicação e foi relançado depois". (VALÉRIA DE OLIVEIRA)


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