São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2000

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CINEMA/ESTRÉIA
Diretor ouviu com ceticismo o convite do ator e roteirista John Cusak para adaptar livro de Nick Hornby
Roteiro de "Alta Fidelidade" seduziu Frears

MILLY LACOMBE
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

O inglês Stephen Frears sempre soube que adaptar "Alta Fidelidade", o festejado livro de seu compatriota Nick Hornby, para o cinema seria perda de tempo. Por isso o diretor ouviu com ceticismo o convite de John Cusack para que ele dirigisse o filme.
"O livro tem características muito particulares", disse Frears à Folha em Los Angeles. "As grandes sacadas chegam pelo pensamento do personagem principal, por isso uma adaptação satisfatória parecia estar fora de alcance."
Mas Frears deixou-se seduzir pelo roteiro bem escrito. "Quando o roteiro faz você rir em voz alta, isso significa que o projeto deve ser levado a sério."
A fórmula encontrada por ele para conservar a originalidade e frescura da obra de Hornby foi fazer com que Rob, o personagem principal, falasse seus pensamentos em voz alta, diretamente para a câmera. "A princípio, julguei a idéia falida", disse Cusack, que produziu e adaptou o roteiro.
Mas Frears acabou convencendo Cusack de que essa era a única forma de não perder a força e a precisão das melhores partes do livro.
Stephen Frears, formado em direito pela Universidade de Cambridge, é conhecido por seu estilo incisivo de dirigir e, exatamente por isso, estava na lista de Cusack, para encabeçar o projeto. "Acho que diretores europeus têm um tipo de sensibilidade que os americanos não têm", disse John Cusack.
Apesar de não ser fã de música e de reconhecer que só escuta o que as rádios tocam, Frears foi capaz de se identificar com a obsessão de Rob e Hornby e deu vida a uma comédia romântica charmosa.

Filme: Alta Fidelidade
Direção: Stephen Frears
Produção: EUA, 2000
Com: John Cusack, Jack Black, Iben Hjejle
Quando: a partir de hoje nos cines Astor, Belas Artes e circuito



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