São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Johnny Alf canta com Alaíde Costa

Juntos, compositor e cantora apresentam músicas do disco "Mais um Som" no teatro do Sesc Santana

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No começo do ano, Johnny Alf lançou no Brasil seu primeiro disco de inéditas em 28 anos, "Mais um Som". Foi o necessário para as pessoas voltarem a prestar atenção naquele cantor e pianista tímido, pequeno, de olhar distante e voz intensa e um punhado de clássicos debaixo dos dedos.
Em shows hoje e amanhã no teatro do Sesc Santana, Alf continua a colher os frutos da merecida atenção e se apresenta ao lado da cantora Alaíde Costa, amiga antiga. O repertório, como sempre, é dividido entre clássicos do próprio cancioneiro de Alf, como "Rapaz de Bem", "Eu e a Brisa" e "Ilusão à Toa", e clássicos de outros compositores como Tom Jobim, além das novas composições.
Grande compositor, intérprete iluminado, Alf nunca parou realmente de fazer shows -ele apenas se apresentava para mais ou menos público, com mais ou menos notoriedade. A estabilidade fiel de um público que o acompanhe interessado em ouvir seus sons é o mínimo que merece um músico de qualidade tão alta e constante como ele.
Com sua voz baixa e tão poucas palavras quanto puder, ele contou à Folha sobre "Mais um Som". "O pessoal está gostando do disco, né? Foi uma surpresa pra mim. Eu não esperava que fosse assim. Nós gravamos o disco muito rápido, em dois dias. Achei que as pessoas fossem acabar vendo coisas deficientes na gravação, mas aconteceu o contrário, todo mundo gostou."
Aos 77 anos, Alf descobre que é assim, não adianta pensar muito. O importante é fazer.
Sobre a convidada Alaíde Costa, 70 anos, amizade de quase 50, ele relembra: "Quando eu conheci a Alaíde, ouvi muito os discos dela. Gostava do estilo, da voz, da interpretação. Gosto muito que ela é uma cantora que sempre apresenta algo novo na interpretação de uma música. E gosto de tocar com ela porque ela entende meu piano, minha voz".
De sua parte, Alaíde só pode dizer que a recíproca é verdadeira. "Eu conheci o Johnny há uns 50 anos", conta. "Me lembro que ele tinha um programa na Rádio Clube do Brasil, no Rio, e eu costumava ir assistir às gravações, era fã. Isso lá por 1952, eu ainda cantava em programas de calouros. Depois me aproximei dele em 1957 ou 58, ficamos amigos. Me sentia muito atraída pela música dele.
Ele não só compunha, mas cantava de uma forma bem diferente do que se fazia na época, de maneira mais moderna." Modernidade que, ainda 50 anos depois, continua impressionante.


JOHNNY ALF E ALAÍDE COSTA
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, tel. 0/xx/11/6971-8700)
Quanto: R$ 15



Texto Anterior: Crítica: Didatismo é um preço necessário
Próximo Texto: CDs
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.