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Johnny Alf canta com Alaíde Costa
Juntos, compositor e cantora apresentam músicas do disco "Mais um Som" no teatro do Sesc Santana
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No começo do ano, Johnny
Alf lançou no Brasil seu primeiro disco de inéditas em 28 anos,
"Mais um Som". Foi o necessário para as pessoas voltarem a
prestar atenção naquele cantor
e pianista tímido, pequeno, de
olhar distante e voz intensa e
um punhado de clássicos debaixo dos dedos.
Em shows hoje e amanhã no
teatro do Sesc Santana, Alf continua a colher os frutos da merecida atenção e se apresenta
ao lado da cantora Alaíde Costa,
amiga antiga. O repertório, como sempre, é dividido entre
clássicos do próprio cancioneiro de Alf, como "Rapaz de
Bem", "Eu e a Brisa" e "Ilusão à
Toa", e clássicos de outros compositores como Tom Jobim,
além das novas composições.
Grande compositor, intérprete iluminado, Alf nunca parou realmente de fazer shows
-ele apenas se apresentava para mais ou menos público, com
mais ou menos notoriedade. A
estabilidade fiel de um público
que o acompanhe interessado
em ouvir seus sons é o mínimo
que merece um músico de qualidade tão alta e constante como ele.
Com sua voz baixa e tão poucas palavras quanto puder, ele
contou à Folha sobre "Mais
um Som". "O pessoal está gostando do disco, né? Foi uma
surpresa pra mim. Eu não esperava que fosse assim. Nós
gravamos o disco muito rápido,
em dois dias. Achei que as pessoas fossem acabar vendo coisas deficientes na gravação,
mas aconteceu o contrário, todo mundo gostou."
Aos 77 anos, Alf descobre que
é assim, não adianta pensar
muito. O importante é fazer.
Sobre a convidada Alaíde Costa, 70 anos, amizade de quase
50, ele relembra: "Quando eu
conheci a Alaíde, ouvi muito os
discos dela. Gostava do estilo,
da voz, da interpretação. Gosto
muito que ela é uma cantora
que sempre apresenta algo novo na interpretação de uma
música. E gosto de tocar com
ela porque ela entende meu
piano, minha voz".
De sua parte, Alaíde só pode
dizer que a recíproca é verdadeira. "Eu conheci o Johnny há
uns 50 anos", conta. "Me lembro que ele tinha um programa
na Rádio Clube do Brasil, no
Rio, e eu costumava ir assistir
às gravações, era fã. Isso lá por
1952, eu ainda cantava em programas de calouros. Depois me
aproximei dele em 1957 ou 58,
ficamos amigos. Me sentia
muito atraída pela música dele.
Ele não só compunha, mas cantava de uma forma bem diferente do que se fazia na época,
de maneira mais moderna."
Modernidade que, ainda 50
anos depois, continua impressionante.
JOHNNY ALF E ALAÍDE COSTA
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Santana (av. Luiz Dumont
Villares, 579, tel. 0/xx/11/6971-8700)
Quanto: R$ 15
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