São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007 |
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Mônica Bergamo @ - bergamo@folhasp.com.br
JULIETTE BINOCHE, atriz francesa em entrevista à "Playboy" YAN CEH "Foi uma bela aventura"
Chega às bancas de Paris, na
terça-feira, 30, a surpreendente edição da "Playboy" com a
atriz francesa Juliette Binoche
na capa. São dois ensaios -um
de moda e outro em que ela
aparece nua- e mais uma entrevista com o crítico Antoine
de Baecque, ex-redator-chefe
da "Cahiers du Cinéma". Ainda
não há previsão de publicação
no Brasil. A repórter Izabela
Moi, em Paris, entrevistou Yan
Ceh, editor da revista francesa: FOLHA - Como foram as negociações com Juliette?
FOLHA - Por que dois fotógrafos e
dois ensaios publicados?
FOLHA - Onde foi o ensaio?
FOLHA - Essa revista sinaliza novo
caminho para a edição francesa?
"Olha eu aqui! Sou eu mesmo!", diz o inglês Nicholas
Lander, 55, levantando a barra
da calça e exibindo as meias
cor-de-rosa para cerca de cem
pessoas que assistiam à sua
palestra no seminário Mesa
Tendências, esta semana, em
SP. Crítico de gastronomia do
inglês "Financial Times", ele
criou mistério em torno de
sua figura: a página do jornal
não traz sua foto e seu site pessoal mostra apenas a imagem
de um par de sapatos pretos e
meias vermelhas, que ele sempre exibe a platéias restritas,
para provar que é quem é. "A
meia vermelha não veio, porque já está desbotada. Mas
trouxe esta aqui, para manter
a marca", diz.
Nicholas ficou duas semanas no Brasil, entre Salvador e
São Paulo, com a esposa Jancis Robinson, uma das maiores especialistas em vinho do
mundo. Foram a três restaurantes na Bahia e oito em SP. A
coluna os acompanhou em
três deles (Emiliano, A Figueira Rubaiyat e D.O.M.), para
conferir suas impressões sobre a gastronomia brasileira.
Bloco de couro na mão, a cada
garfada, ele fazia anotações e
associava as palavras que não
conhece: escreve "fish" (peixe) ao lado de "robalo", "grape" (uva) para "jabuticaba" e
"potato" (batata) para tentar
definir "mandioquinha".
"O que mais me impressionou foi o café
da manhã, especialmente
o do hotel na
Bahia: tapioca, frutas
frescas, castanha de caju,
bolos...", descreve. "Também
gostei de um bufê em que você
paga R$ 28 e come tudo o que
puder. A comida brasileira, em
comparação à da Europa, não é
cara." Elogia a caipirinha: "Nos
últimos dois, três anos, [a bebida] virou moda em Londres, mas
os ingleses fazem muito forte.
Aqui é mais leve, refrescante",
diz.
"Terrific! [extraordinário]",
diz, após degustar um "robalo
em crosta de pimenta de cheiro e
abobrinhas caipiras", do menu
degustação do Emiliano, onde
jantou na terça. Dispensa a faquinha de peixe e pede uma colher, para raspar o molho. Não
achou apimentado? "Não. Talvez porque eu tenha vindo da
Bahia", diz. Em seguida, vem
carré de cordeiro com purê de
mandioquinha e molho de jabuticaba. "Tive a sorte de pegar um
pedaço perfeito. Percebi que alguns dos outros [servidos aos
demais integrantes da mesa]
não estavam tão bem cozidos.
Mas esse molho é fantástico!",
diz, após "limpar" o prato e lamber a iguaria com o dedo.
Na quarta-feira, come feijoada
pela primeira vez. "Tentam fazer
na Inglaterra, mas aqui vocês têm
os fornos, as carnes... você sabe
disso melhor do que eu", diz. Faz
dois pratos, em porções modestas.
"Agora percebo o quanto a laranja
e a couve são importantes como
digestivos. Pensei que ficaria com
o estômago desse tamanho [desenha uma barriga com as mãos],
mas não aconteceu." E pede ao
garçom um "digestivo alcoólico". Nada de
licor, ele toma cachaça
envelhecida.
Depois de Guimarães
Rosa e Clarice Lispector,
o Museu da Língua
Portuguesa fechou sua
próxima exposição. Será
sobre Gilberto Freyre,
autor de "Casa-Grande
& Senzala", no final de
novembro. com AUDREY FURLANETO, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Romance explora conflitos da mãe de assassino mirim Índice |
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