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Crítica
"Boleiros 2" retrata futebol devassado
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Algo visível no cinema mais
recente de Ugo Giorgetti é a
percepção de que o passado já
foi melhor que o presente. Em
"Boleiros 2 - Vencedores e
Vencidos" (Canal Brasil, 22h;
não recomendado a menores
de 12 anos) não é preciso ir longe: basta ver o bar onde se passa a ação, modernizado em relação ao primeiro "Boleiros".
E se o filme anterior tratava
de um mundo em última instância desconhecida para o torcedor leigo -a intimidade dos
jogadores-, aqui a ênfase vai
exatamente para a intimidade
impossível. Tudo parece devassado pela mídia. E daí para a
devastação é um pulo, pois já
não existe mistério possível,
apenas sessões de autógrafos
para fãs histéricas.
Talvez nos seja necessário
acreditar que o futuro será
mais radioso que o passado.
Por isso, talvez, o filme tenha
sido ignorado. Não é impossível que o mal seja outro: os filmes com um ponto de vista
muito claro sobre as coisas
ameaçam o postulado de que
cinema só pode ser uma diversão inconseqüente.
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