São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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Crítica

"Boleiros 2" retrata futebol devassado

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Algo visível no cinema mais recente de Ugo Giorgetti é a percepção de que o passado já foi melhor que o presente. Em "Boleiros 2 - Vencedores e Vencidos" (Canal Brasil, 22h; não recomendado a menores de 12 anos) não é preciso ir longe: basta ver o bar onde se passa a ação, modernizado em relação ao primeiro "Boleiros".
E se o filme anterior tratava de um mundo em última instância desconhecida para o torcedor leigo -a intimidade dos jogadores-, aqui a ênfase vai exatamente para a intimidade impossível. Tudo parece devassado pela mídia. E daí para a devastação é um pulo, pois já não existe mistério possível, apenas sessões de autógrafos para fãs histéricas.
Talvez nos seja necessário acreditar que o futuro será mais radioso que o passado. Por isso, talvez, o filme tenha sido ignorado. Não é impossível que o mal seja outro: os filmes com um ponto de vista muito claro sobre as coisas ameaçam o postulado de que cinema só pode ser uma diversão inconseqüente.


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