São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009

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Série investiga razões para colapso dos maias

Arqueólogo percorre América Central e tenta explicar o que aconteceu há 500 anos

Pesquisa se baseia nos resquícios da presença maia no continente; destruição do meio ambiente pode ter levado ao fim da civilização


GUSTAVO VILLAS BOAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os deuses não eram astronautas, os maias não eram apenas crueldade, tampouco viviam em perfeita comunhão com a natureza, desenvolvendo matemática e escrita avançadas para o período. "O filme "Apocalypto" (2006) é muito fantasioso, não foi bem recebido aqui no México", diz Danilo Drakic, criticando a violência do longa de Mel Gibson, uma das imagens recentes relacionadas aos maias.
Há outras mais sérias. Drakic é um arqueólogo mexicano e apresentador de "Exploração Maia". A série, que estreia hoje à noite no canal pago History Channel, elenca e investiga quatro hipóteses para o colapso da civilização maia, em torno do ano 1000.
Não que ela tenha sumido. A presença maia por toda a América Central é fundamental às investigações de Drakic. Ele visita locais onde hábitos persistem, entrevista folcloristas de ascendência indígena e visita casas onde as técnicas antigas são comuns até hoje.
"A cultura está viva em pequenas vilas. A forma como constroem a casa, a organização, a espiritualidade e o idioma são fundamentais para estudarmos os motivos do colapso", diz Drakic. A pedra fria colabora: já no primeiro episódio, o arqueólogo percorre o México e nos apresenta o que restou das cidades e pirâmides maias. A arquitetura dos prédios está em sintonia com conhecimentos astronômicos; o urbanismo considera a posição das constelações e o movimento do Sol.
Algumas construções da época que têm dezenas de metros de altura consumiram tantos recursos naturais que podem ter devastado a natureza ao redor, tornando a vida impraticável naqueles lugares. É exatamente essa a hipótese número um (e, sem dúvida, um alerta) para o colapso da civilização: a destruição do ambiente levou os maias à decadência.
Mas não ao fim. "Aprendi a fazer isso [uma espécie de cal, um material que é base das construções] com meus avós", diz um homem que trabalha na preservação de uma pirâmide.
Ele está montando uma fogueira quase de sua altura para queimar as pedras que vão virar material de construção. O cenário não é bonito: os tocos de árvores que cercam a área dão contornos nítidos à primeira teoria.
Cada episódio explora uma hipótese. "As recorrentes guerras e os sacrifícios rituais, a incapacidade produtiva da agricultura e da pesca e as epidemias, o fim das rotas comerciais também são investigadas", diz Drakic.


EXPLORAÇÃO MAIA

Quando: hoje, às 22h, no The History Channel
Classificação indicativa: não informada




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