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Série investiga razões para colapso dos maias
Arqueólogo percorre América Central e tenta explicar o que aconteceu há 500 anos
Pesquisa se baseia nos resquícios da presença maia no continente; destruição do meio ambiente pode ter levado ao fim da civilização
GUSTAVO VILLAS BOAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os deuses não eram astronautas, os maias não eram apenas crueldade, tampouco viviam em perfeita comunhão
com a natureza, desenvolvendo
matemática e escrita avançadas para o período.
"O filme "Apocalypto" (2006)
é muito fantasioso, não foi bem
recebido aqui no México", diz
Danilo Drakic, criticando a violência do longa de Mel Gibson,
uma das imagens recentes relacionadas aos maias.
Há outras mais sérias. Drakic
é um arqueólogo mexicano e
apresentador de "Exploração
Maia". A série, que estreia hoje
à noite no canal pago History
Channel, elenca e investiga
quatro hipóteses para o colapso
da civilização maia, em torno
do ano 1000.
Não que ela tenha sumido. A
presença maia por toda a América Central é fundamental às
investigações de Drakic. Ele visita locais onde hábitos persistem, entrevista folcloristas de
ascendência indígena e visita
casas onde as técnicas antigas
são comuns até hoje.
"A cultura está viva em pequenas vilas. A forma como
constroem a casa, a organização, a espiritualidade e o idioma são fundamentais para estudarmos os motivos do colapso", diz Drakic.
A pedra fria colabora: já no
primeiro episódio, o arqueólogo percorre o México e nos
apresenta o que restou das cidades e pirâmides maias. A arquitetura dos prédios está em
sintonia com conhecimentos
astronômicos; o urbanismo
considera a posição das constelações e o movimento do Sol.
Algumas construções da época que têm dezenas de metros
de altura consumiram tantos
recursos naturais que podem
ter devastado a natureza ao redor, tornando a vida impraticável naqueles lugares. É exatamente essa a hipótese número
um (e, sem dúvida, um alerta)
para o colapso da civilização: a
destruição do ambiente levou
os maias à decadência.
Mas não ao fim. "Aprendi a
fazer isso [uma espécie de cal,
um material que é base das
construções] com meus avós",
diz um homem que trabalha na
preservação de uma pirâmide.
Ele está montando uma fogueira quase de sua altura para
queimar as pedras que vão virar
material de construção. O cenário não é bonito: os tocos de
árvores que cercam a área dão
contornos nítidos à primeira
teoria.
Cada episódio explora uma
hipótese. "As recorrentes guerras e os sacrifícios rituais, a incapacidade produtiva da agricultura e da pesca e as epidemias, o fim das rotas comerciais
também são investigadas", diz
Drakic.
EXPLORAÇÃO MAIA
Quando: hoje, às 22h, no The History
Channel
Classificação indicativa: não informada
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