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ARTES PLÁSTICAS
Exposição inaugural, na galeria Prestes Maia, apresenta amanhã panorama iconográfico da cidade
Masp volta ao centro de SP após 32 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando foi inaugurado na avenida Paulista, em 1968, com projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, o
Museu de Arte de São Paulo
(Masp) se tornou um símbolo da
perda de importância econômica
e cultural do centro velho de São
Paulo.
Agora, 32 anos depois, o Masp
faz o caminho de retorno para a
região onde foi fundado por Assis
Chateaubriand, em 1947, no edifício dos Diários Associados, na rua
Sete de Abril. "Estamos trabalhando na revitalização do centro", diz Júlio Neves, presidente
do Masp.
Com uma homenagem à cidade
de São Paulo, é inaugurada amanhã para convidados (e na quarta
para público) a primeira filial do
museu, o Masp Centro, na galeria
Prestes Maia.
As obras foram realizadas a toque de caixa para que a abertura
ocorresse ainda na gestão do atual
prefeito. "Eu disse ao Pitta que ele
será lembrado por ter levado o
Masp ao centro", diz Neves. A reforma custou R$ 300 mil, segundo
o presidente, e, para adequar o espaço a boas condições museológicas, são necessários R$ 5 milhões.
A mostra inaugural chama-se
"São Paulo - De Vila a Metrópole"
e faz uma retrospectiva iconográfica da história de São Paulo, especialmente de seu crescimento vertiginoso no século 20, com curadoria de José Eduardo de Assis
Lefèvre.
Em 1905, São Paulo possuía 300
mil habitantes, enquanto outras
grandes metrópoles já haviam ultrapassado a casa de 2 milhões,
como Berlim, Nova York e Londres (que já tinha mais de 6 milhões de habitantes). A comparação da população de diversas cidades é um dos temas dos dez
módulos que compõem a mostra.
As seções têm nomes bastante
tecnocráticos, como "A Cidade, o
Bonde e a Energia Elétrica" ou "A
Cidade e o Ônibus". O mais criativo chama-se "O Quarto Centenário e a Construção de uma Imagem para a Cidade", que trata, entre outros assuntos, da abertura
do parque Ibirapuera, com os edifícios projetados por Oscar Niemeyer.
A exposição apresenta maquetes, fotografias, documentos históricos e 25 pinturas e desenhos.
Entre os artistas selecionados, estão o fotógrafo Geraldo de Barros
e os pintores Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Cândido Portinari.
Um dos módulos homenageia o
ex-prefeito de São Paulo Francisco Prestes Maia, que ficou no cargo de 1938 a 1945. Projetos inéditos de Prestes Maia estarão expostos na mostra.
O último módulo da exposição
chama-se "O Centro das Atenções: o Masp e a Galeria". O viaduto do Chá foi inaugurado na
gestão de Prestes Maia, segundo
projeto do arquiteto Elisário da
Cunha Bahiana, em estilo art déco. Um dos dois espaços expositivos, o salão Almeida Júnior, abrigou importantes mostras nas décadas de 40 e 50.
A galeria Prestes Maia tem três
andares: subsolo, que vai abrigar
a área de apoio do museu; térreo,
que continuará funcionando como passagem entre o Vale do
Anhangabaú e a praça do Patriarca; e o mezanino, em que vão
acontecer as exposições no salão
Almeida Júnior.
(FABIO CYPRIANO)
Exposição: São Paulo - De Vila a
Metrópole
Onde: Masp Centro (galeria Prestes
Maia, Vale do Anhangabaú/praça do
Patriarca, SP, tel. 0/xx/11/283-2585)
Quando: abre para convidados amanhã,
às 11h30 (quarta para público). Seg. a
sáb., das 11h às 18h. Até 19/5/ 2001
Quanto: R$ 4
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