São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2000

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ARTES PLÁSTICAS
Exposição inaugural, na galeria Prestes Maia, apresenta amanhã panorama iconográfico da cidade

Masp volta ao centro de SP após 32 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando foi inaugurado na avenida Paulista, em 1968, com projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) se tornou um símbolo da perda de importância econômica e cultural do centro velho de São Paulo.
Agora, 32 anos depois, o Masp faz o caminho de retorno para a região onde foi fundado por Assis Chateaubriand, em 1947, no edifício dos Diários Associados, na rua Sete de Abril. "Estamos trabalhando na revitalização do centro", diz Júlio Neves, presidente do Masp.
Com uma homenagem à cidade de São Paulo, é inaugurada amanhã para convidados (e na quarta para público) a primeira filial do museu, o Masp Centro, na galeria Prestes Maia.
As obras foram realizadas a toque de caixa para que a abertura ocorresse ainda na gestão do atual prefeito. "Eu disse ao Pitta que ele será lembrado por ter levado o Masp ao centro", diz Neves. A reforma custou R$ 300 mil, segundo o presidente, e, para adequar o espaço a boas condições museológicas, são necessários R$ 5 milhões.
A mostra inaugural chama-se "São Paulo - De Vila a Metrópole" e faz uma retrospectiva iconográfica da história de São Paulo, especialmente de seu crescimento vertiginoso no século 20, com curadoria de José Eduardo de Assis Lefèvre.
Em 1905, São Paulo possuía 300 mil habitantes, enquanto outras grandes metrópoles já haviam ultrapassado a casa de 2 milhões, como Berlim, Nova York e Londres (que já tinha mais de 6 milhões de habitantes). A comparação da população de diversas cidades é um dos temas dos dez módulos que compõem a mostra.
As seções têm nomes bastante tecnocráticos, como "A Cidade, o Bonde e a Energia Elétrica" ou "A Cidade e o Ônibus". O mais criativo chama-se "O Quarto Centenário e a Construção de uma Imagem para a Cidade", que trata, entre outros assuntos, da abertura do parque Ibirapuera, com os edifícios projetados por Oscar Niemeyer.
A exposição apresenta maquetes, fotografias, documentos históricos e 25 pinturas e desenhos. Entre os artistas selecionados, estão o fotógrafo Geraldo de Barros e os pintores Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Cândido Portinari.
Um dos módulos homenageia o ex-prefeito de São Paulo Francisco Prestes Maia, que ficou no cargo de 1938 a 1945. Projetos inéditos de Prestes Maia estarão expostos na mostra.
O último módulo da exposição chama-se "O Centro das Atenções: o Masp e a Galeria". O viaduto do Chá foi inaugurado na gestão de Prestes Maia, segundo projeto do arquiteto Elisário da Cunha Bahiana, em estilo art déco. Um dos dois espaços expositivos, o salão Almeida Júnior, abrigou importantes mostras nas décadas de 40 e 50.
A galeria Prestes Maia tem três andares: subsolo, que vai abrigar a área de apoio do museu; térreo, que continuará funcionando como passagem entre o Vale do Anhangabaú e a praça do Patriarca; e o mezanino, em que vão acontecer as exposições no salão Almeida Júnior. (FABIO CYPRIANO)


Exposição: São Paulo - De Vila a Metrópole Onde: Masp Centro (galeria Prestes Maia, Vale do Anhangabaú/praça do Patriarca, SP, tel. 0/xx/11/283-2585) Quando: abre para convidados amanhã, às 11h30 (quarta para público). Seg. a sáb., das 11h às 18h. Até 19/5/ 2001 Quanto: R$ 4

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