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MÚSICA/LANÇAMENTO
Cantor lança CD com standards jazzísticos; produtor é Clive Davis, o mesmo que "recuperou" Santana
Rod Stewart esquece o rock cantando jazz
EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Entressafra criativa, falta de
boas composições novas, apostar
no certo. Várias são as razões que
levam astros do pop a gravar um
disco com standards jazzísticos.
Deu certo com Linda Ronstadt
nos anos 80, com Brian Ferry nos
90, e agora chegou a vez do britânico Rod Stewart, 57.
Em seu mais recente CD, "It
Had to Be You... the Great American Songbook", o dono da voz
rouca que imortalizou hits como
"Maggie May" e "Tonight's the
Night" explora um repertório que
poderia estar na contracapa de
um disco de Frank Sinatra.
"Quando era criança, essas
eram as músicas que minha família cantava nas festas. Sempre quis
gravá-las, mas só agora tive a coragem e o apoio de uma gravadora e do produtor Clive Davis [o
homem por trás de "Supernatural", CD que recolocou Santana no
mapa pop"", escreveu o cantor
em entrevista, por e-mail, à Folha.
E o dedo do produtor aparece
em tudo o que emana do álbum.
Além de ter participado da escolha do repertório, Davis optou por
deixar os arranjos mais uniformes
e amistosos para ouvidos pouco
acostumados com a dinâmica característica do jazz.
"Essa foi uma sugestão dele, e eu
concordei. E parece que ele estava
certo", reforça o cantor, para
quem o fato de ter gravado um
CD só com músicas antigas não
representa necessariamente a falta de bom material recente.
"Eu acredito que há alguns
compositores que você irá ouvir
para sempre, como Elton John,
Bernie Taupin e Bruce Springsteen. Espero que uma ou duas
músicas minhas também sejam
tocadas no futuro."
Rock
Roqueiro das antigas, o cantor
revela que não foi problema nenhum adaptar seu canto a um repertório mais refinado. "Nem
precisei praticar. É fácil cantar essas músicas."
Horas passadas diante de um
aparelho de som teriam, na opinião dele, tornado a tarefa menos
árdua: "Não frequento apenas lugares roqueiros. Sempre ouvi
canções como essas e as adoro.
Durante toda a minha vida escutei gente como Billie Holiday".
Hoje, ele diz que frequentam o
seu toca-CDS trabalhos de gente
como Sam Cooke, Ella Fitzgerald
e Temptations.
O redirecionamento de carreira
não significa que, nas turnês futuras, o cantor deixará de fora os
clássicos de seu repertório.
Além disso, conta que canções
como "Maggie May" vão continuar soando como sempre foram,
ou seja, não serão adaptadas ao
atual formato jazzístico.
Bandas demais
Assim, há esperança no futuro
do rock? "Há grupos bons por aí.
Um exemplo é o Coldplay. O problema é que há bandas demais, o
que torna difícil para que um novato venha à superfície hoje. Parece que todo mundo quer ser uma
estrela instantânea do rock."
Stewart afirma que, devido ao
fato de ainda não ter estreado a
turnê de suporte ao álbum, desconhece a reação dos seus fãs mais
antigos. Ele conta também que
não sabe se, caso a turnê aconteça,
ela chegará ao Brasil. "Adoraria ir
tocar aí. Faça-me uma oferta."
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