São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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Crítica/série/"Gossip Girl"

Na maniqueísta "Gossip Girl", dinheiro compra felicidade

Primeiro ano de série, sobre adolescentes que levam vida de excessos, é lançado em DVD

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Deixe para trás o roteiro moralista e utopicamente romântico de "Sex and the City". A "realidade" na Nova York da TV americana hoje é outra, mais rica, poderosa e maquiavélica do que os relatos deprimentes da solteirona Carrie Bradshaw.
Subtraia ainda umas duas décadas de idade de cada personagem de "Sex and the City" e você terá "Gossip Girl", que tem sua primeira temporada lançada agora em DVD no Brasil.
Baseada na bem-sucedida série de livros de Cecily von Ziegsar, "Gossip Girl" (garota fofoqueira) centra seu roteiro em seis adolescentes que estudam em uma escola de ensino médio de Upper East Side, umas das regiões mais caras do mundo.
Como não existe riqueza sem pobreza, dois dos estudantes são bolsistas que anseiam subir de nível social. O folhetim maniqueísta está montado e o sucesso, garantido.
Há de início o seguinte cenário: Chuck ama Blair, que ama o melhor amigo de Chuck, Nate, que a traiu com sua melhor amiga, Serena, que ama o pobre Dan, irmão de Jenny, que sonha a todo custo entrar no mundo de excessos de Chuck, Blair, Serena e Nate.
Em comum, todos vêm de famílias desestruturadas: Jenny e Dan vivem no Brooklyn com o pai, abandonado pela mãe; Blair mora com a mãe, que foi trocada pelo marido por um homem; o pai de Nate é viciado em cocaína; e, para o desgosto de Serena, sua mãe está prestes a se casar com o pai de seu desafeto, o desprezível Chuck.
E há a sádica "gossip girl", a misteriosa dona do blog homônimo que entrega os podres da vida escandalosa dos jovens e que introduz o espectador ao assunto de cada episódio.
Talvez o grande diferencial de "Gossip Girl" esteja em colocar na TV belos jovens em um mundo explorado predominantemente por adultos, especialmente quando os temas envolvem descaradamente sexo e drogas (mostrados com certa banalidade na série).
E ainda defende uma tese que é abominada pelo pensamento politicamente correto: dinheiro não traz felicidade, mas pode tranqüilamente comprá-la. Quem vai querer?


GOSSIP GIRL
Distribuidora: Warner
Quanto: R$ 130, em média
Classificação: não indicado a menores de 16 anos
Avaliação: bom



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