São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2005 |
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POPLOAD O amor nos tempos do pop
LÚCIO RIBEIRO
Tudo o que é sólido desmancha no pop seria um outro título possível. A desorientação "sob controle" é normal no rock independente americano e principalmente na mente de um de seus mais prodígios "heróis solitários", o veterano Conor Oberst, de apenas 24 anos, líder da pequena grande banda Bright Eyes. O genioso Oberst, multi-instrumentista e que lança disco desde os 14, vegetariano, estranho, ídolo da garotada "O.C.", apadrinhado por Bruce Springsteen e Michael Stipe e que parece estar sempre chorando enquanto canta, teve tanta, mas tanta inspiração recentemente que produziu dois álbuns lindos de uma vez só. Lançados ambos nesta semana. O primeiro, folk e acústico, bem Bright Eyes, chamado "I'm Wide Awake, It's Morning", narra uma história só da primeira à última faixa. História de quando o garotinho de Omaha, Nebraska, chegou na gigante Nova York. O trecho acima pertence a "First Day of My Life". O outro disco, total diferente, mais experimental e "ousado", foi batizado de "Digital Ash in a Digital Urn", um trabalho em parceria com o guitarrista do Yeah Yeah Yeahs, Nick Zinner. Já tem quem chame "Digital Ash", veja só, de o "OK Computer" (Radiohead) do indie americano. E o gozado é que... "Ele é muito barra-pesada. Eu não agüentei a onda." Durou duas semanas o namoro pop do século, o da "roqueira" Kate Moss e com o, hum, barra-pesada Peter Doherty, do Babyshambles, ex-Libertines e o garoto tão genial quando dependente de todas as drogas que existem. Menino que a família inglesa aprendeu a amar e a conviver. Quer dizer, menos a modelo Kate Moss, que entre outras coisas canta com o Primal Scream, faz strip em vídeo do White Stripes e não perde um show dos Strokes. Moss deu um "pé" em Doherty via imprensa, ontem, um dia depois que ele anunciou, também via imprensa, que os dois estavam apaixonados e tinham acabado de fazer uma dessas tatuagens conjuntas, um com o nome do outro, tipo aliança dos tempos modernos. Duas semanas. "Vumbora amar/Embora mais eu/ Eu deixaria a areia coberta de você/ E no seu cabelo enrolado leve um cacho de dendê." Quem diria, a música independente brasileira presta seu tributo a... Carlinhos Brown. A banda Nancy, formação conhecida no circuito alternativo Brasília-Goiânia, que tem três guitarras e vocal feminino, pegou "Vumbora Amar" para botar em seu próximo disco, "As Doença", que deve ter distribuição pela virtual Peligro. "Vumbora Amar", letra de Brown, fez sucesso com o Chiclete com Banana (tá melhorando). Na cover do Nancy virou "Simbora Amar", ganhou um tipão de western. Parece vinda da banda americana Mazzy Star, como se a apaixonante vocalista Hope Sandoval estivesse cantando "O vento faz rendez-vous no seu cabeeeeelo". Luxo. @ - lucio@uol.com.br Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Música: Porto Musical amplia elo entre o mercado do Brasil e do exterior Índice |
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