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Crítica
Em "Os Outros" omissão "engana" o espectador
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A primeira impressão que
deixa "Os Outros" (TC Action,
23h45; classificação indicativa
não informada) é bem positiva:
o filme constrói muito habilmente uma atmosfera de suspense e mistério, em que a hipótese do fantástico é sempre
lançada, mas nunca nos deixa
absoluta certeza de que o filme
vai caminhar nesse sentido.
A história diz respeito a Nicole Kidman, que vive com
suas crianças numa enorme,
solitária e soturna mansão. São
crianças melancólicas, doentias. A própria mansão tem um
quê doentio.
Tudo isso é marcante no filme de Alejandro Amenábar. O
que deixa uma dúvida posterior são as surpresas que nos
reserva o seu final. Não lhes falta coerência com o desenvolvimento anterior. Antes, são sua
confirmação. No entanto, deixam a sensação de que fomos
enganados, de que a sonegação
de certos dados é mesmo o fundamento do filme. Seria mais
aceitável numa narrativa escrita. Não invalida o filme, mas de
algum modo o diminui.
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