São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

Wenders confronta interferência de Coppola

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Que a passagem pelos Estados Unidos afetou Wim Wenders, afetou.
É como se todo um mundo sonhado, a América, o cinema americano, ruísse ao fazer "Hammett", justamente tendo Coppola, outro artista, como produtor. Mas, talvez justamente por isso, Coppola foi um produtor interferente.
No meio dos confrontos entre os dois é que o alemão faz "O Estado das Coisas" (TC Cult, 17h55; 18 anos), em que uma equipe de filmagem fica sem ação (e sem dinheiro), quando o filme que está fazendo é confiscado.
Não fica mal em Wenders esse tipo de problema: é a chance que tem de vagar, de olhar as coisas sem um fim imediato -só olhar, passar por elas. É o que sempre fez de melhor, aliás.
Daí as virtudes desse filme feito em Lisboa, em que convoca Samuel Fuller e Roger Corman como atores. Fuller, o rebelde por excelência; Corman, o rei da despretensão. Ambos representam o inverso do que podia significar Coppola para Wenders naquele momento.


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