São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

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SHOW

Banda apresenta repertório de "Siberia", ainda não lançado no país

Com disco elogiado, Echo volta ao Brasil

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

"Depois do sucesso do "Cure" mais um super grupo num super show diretamente de Liverpool. Palácio das Convenções do Anhembi. Hoje, amanhã e quarta-feira. Últimas sessões extras dias 15 e 16 de maio." Assim era promovida, em anúncio na Folha de 11 de maio de 1987, uma segunda-feira, a primeira apresentação do Echo & the Bunnymen em São Paulo. Quatro Copas do Mundo, duas guerras EUA-Iraque e vários modelos de iPod depois, a banda é notícia novamente, com sua quarta turnê no país -sem contar as duas vezes em que o vocalista Ian McCulloch esteve por aqui.
O Echo & the Bunnymen toca em São Paulo em 19 de março, no Credicard Hall. Passam ainda por Belo Horizonte (18/3) e, depois, vão à Argentina (21/3).
O mundo mudou um pouquinho nesses quase 20 anos; o Echo também. O baterista Pete de Freitas morreu num acidente de trânsito em 1989; o Echo chegou a lançar um disco péssimo ("Reverberation") sem McCulloch; o grupo acabou; voltou depois; lançou álbuns medianos; e a voz de McCulloch não é mais a mesma...
A diferença entre esta e as outras passagens (exceto a primeira) é que o Echo chega com um disco elogiado. Ainda inédito no Brasil, "Siberia", de 2005, recebeu críticas boas na Europa, com canções que remetem à fase áurea da banda, entre 1980 (de "Crocodiles") e 1984 (de "Ocean Rain").
"Siberia" é produzido por Hugh Jones, o mesmo do clássico do Echo "Heaven Up There", de 1981. (Ele assina ainda "From the Lion's Mouth", do Sound, e "Positive Touch", do Undertones.)
Profundo conhecedor do Brasil, McCulloch diz por telefone à Folha o que espera desta nova viagem: "Um público bastante animado, como das outras vezes em que estivemos aí. É sempre legal ir ao Brasil. Na primeira vez, ficamos impressionados com a recepção que tivemos. E quando retornamos mais de dez anos depois, foi incrível porque eu nunca imaginava que iria voltar ao Brasil, depois dos problemas pelos quais passamos."
E o que o público verá de diferente neste novo Echo & the Bunnymen? "Fizemos uma turnê no final do ano passado e mudamos o set list. Incluímos canções antigas que não vínhamos cantando, coisas do "Heaven Up There", como "Show of Strength", "The Disease", "All My Colours". Tocamos quatro ou cinco canções do disco novo. Além disso, estamos com a melhor banda desde os primeiros tempos. E acho que alguns shows hoje são melhores do que os do passado, pois temos boas canções lançadas nos anos 90, como "Nothing Lasts Forever"."
Com a morte de Freitas e a saída do baixista Les Pattinson, o núcleo central do Echo & the Bunnymen é McCulloch e Will Sergeant. A voz rouca de um e as melodias elétricas da guitarra do outro são dos grandes símbolos do pós-punk britânico. Marcas que voltam com "Siberia". "Conseguimos Hugh Jones para produzi-lo, então o sentimento é parecido [com o do início dos anos 80]. Não foi uma coisa planejada, mas saiu assim."

Cristo
Além das vezes em que veio ao país excursionar com a banda (1987, 1999, 2002, 2003), McCulloch esteve por aqui em 2001, para promover o disco "Flowers", e em 2004, quando cantou com alguns músicos brasileiros -Leo Jaime entre eles.
A visita de que ele se lembra com grande carinho? "A primeira, quando tocamos cinco noites em São Paulo. Quando aterrissamos no Brasil, não esperávamos nada, não sabíamos que teríamos tantos fãs. Foi também quando vi o Cristo pela primeira vez no Rio..."
Em 2001, McCulloch foi convidado a discotecar num clube paulistano e, fã de futebol, assistiu a um jogo entre Corinthians e Palmeiras. "Desta vez não terei muito tempo de folga. Se conseguir, verei um jogo de futebol. Mas com certeza tomarei alguns drinques. Isso é importante."


Echo & the Bunnymen
Quando:
dia 19 de março
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, São Paulo; tel. 0/xx/11/ 6846-6000)
Quanto: de R$ 70 a R$ 160


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