|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SHOW
Banda apresenta repertório de "Siberia", ainda não lançado no país
Com disco elogiado, Echo volta ao Brasil
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
"Depois do sucesso do "Cure"
mais um super grupo num super
show diretamente de Liverpool.
Palácio das Convenções do
Anhembi. Hoje, amanhã e quarta-feira. Últimas sessões extras
dias 15 e 16 de maio." Assim era
promovida, em anúncio na Folha
de 11 de maio de 1987, uma segunda-feira, a primeira apresentação
do Echo & the Bunnymen em São
Paulo. Quatro Copas do Mundo,
duas guerras EUA-Iraque e vários
modelos de iPod depois, a banda
é notícia novamente, com sua
quarta turnê no país -sem contar as duas vezes em que o vocalista Ian McCulloch esteve por aqui.
O Echo & the Bunnymen toca
em São Paulo em 19 de março, no
Credicard Hall. Passam ainda por
Belo Horizonte (18/3) e, depois,
vão à Argentina (21/3).
O mundo mudou um pouquinho nesses quase 20 anos; o Echo
também. O baterista Pete de Freitas morreu num acidente de trânsito em 1989; o Echo chegou a lançar um disco péssimo ("Reverberation") sem McCulloch; o grupo
acabou; voltou depois; lançou álbuns medianos; e a voz de McCulloch não é mais a mesma...
A diferença entre esta e as outras passagens (exceto a primeira)
é que o Echo chega com um disco
elogiado. Ainda inédito no Brasil,
"Siberia", de 2005, recebeu críticas boas na Europa, com canções
que remetem à fase áurea da banda, entre 1980 (de "Crocodiles") e
1984 (de "Ocean Rain").
"Siberia" é produzido por Hugh
Jones, o mesmo do clássico do
Echo "Heaven Up There", de
1981. (Ele assina ainda "From the
Lion's Mouth", do Sound, e "Positive Touch", do Undertones.)
Profundo conhecedor do Brasil,
McCulloch diz por telefone à Folha o que espera desta nova viagem: "Um público bastante animado, como das outras vezes em
que estivemos aí. É sempre legal ir
ao Brasil. Na primeira vez, ficamos impressionados com a recepção que tivemos. E quando retornamos mais de dez anos depois, foi incrível porque eu nunca
imaginava que iria voltar ao Brasil, depois dos problemas pelos
quais passamos."
E o que o público verá de diferente neste novo Echo & the
Bunnymen? "Fizemos uma turnê
no final do ano passado e mudamos o set list. Incluímos canções
antigas que não vínhamos cantando, coisas do "Heaven Up There", como "Show of Strength", "The
Disease", "All My Colours". Tocamos quatro ou cinco canções do
disco novo. Além disso, estamos
com a melhor banda desde os primeiros tempos. E acho que alguns
shows hoje são melhores do que
os do passado, pois temos boas
canções lançadas nos anos 90, como "Nothing Lasts Forever"."
Com a morte de Freitas e a saída
do baixista Les Pattinson, o núcleo central do Echo & the
Bunnymen é McCulloch e Will
Sergeant. A voz rouca de um e as
melodias elétricas da guitarra do
outro são dos grandes símbolos
do pós-punk britânico. Marcas
que voltam com "Siberia". "Conseguimos Hugh Jones para produzi-lo, então o sentimento é parecido [com o do início dos anos
80]. Não foi uma coisa planejada,
mas saiu assim."
Cristo
Além das vezes em que veio ao
país excursionar com a banda
(1987, 1999, 2002, 2003), McCulloch esteve por aqui em 2001, para promover o disco "Flowers", e
em 2004, quando cantou com alguns músicos brasileiros -Leo
Jaime entre eles.
A visita de que ele se lembra
com grande carinho? "A primeira, quando tocamos cinco noites
em São Paulo. Quando aterrissamos no Brasil, não esperávamos
nada, não sabíamos que teríamos
tantos fãs. Foi também quando vi
o Cristo pela primeira vez no
Rio..."
Em 2001, McCulloch foi convidado a discotecar num clube paulistano e, fã de futebol, assistiu a
um jogo entre Corinthians e Palmeiras. "Desta vez não terei muito tempo de folga. Se conseguir,
verei um jogo de futebol. Mas
com certeza tomarei alguns drinques. Isso é importante."
Echo & the Bunnymen
Quando: dia 19 de março
Onde: Credicard Hall (av. das Nações
Unidas, 17.955, Santo Amaro, São Paulo;
tel. 0/xx/11/ 6846-6000)
Quanto: de R$ 70 a R$ 160
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Panorâmica - Música 1: Bono recebe medalha Pablo Neruda no Chile pela defesa dos direitos humanos Índice
|